Aquecimento global acelera busca de alternativas e discussões sobre custos
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O alerta já foi dado e o mundo inteiro vem sofrendo as consequências das mudanças climáticas. As revistas semanais francesas exploram pistas e iniciativas para conter o fenômeno.
A revista L’Express foi buscar na vizinha Espanha um bom exemplo para a reciclagem de água. Na região de Barcelona, uma imensa estação de tratamento de águas residuais recicla a quase totalidade (95%) do material recolhido pelas redes de esgoto. “Uma ferramenta preciosa, num momento em que a Espanha passa calor como nunca”, diz a reportagem.
A Península Ibérica sofreu em julho duas intensas ondas de calor, em rápida sucessão, agravando a seca observada nos últimos três anos. As chuvas são poucas. A urgência é grande.
A usina de Barcelona ainda é pioneira no país. As águas de esgotos passam por um segundo tratamento mais avançado antes de ser devolvido ao ambiente natural. "Regeneração acelerada por coagulação, sedimentação, microfiltração, tratamento UV e finalmente osmose reversa, um processo consistente, a baixa pressão, para forçar as moléculas de água para atravessar membranas extremamente finas para livrá-las das últimas impurezas", explica Manuel Cermeron, gerente geral da Veolia Espanha, filial da gigante francesa.
Essa tecnologia de ponta se mostra essencial, pois vem detectando cada vez mais novos poluentes, entre pesticidas, resíduos de medicamentos e desregulares endócrinos, explica L’Express.
Especialista em alta
Já a revista Le Point fala de uma profissão que promete ganhar destaque nessa nova e apavorante paisagem climática, o agrometeorologista. A disciplina surgiu na década de 1980, com o intuito de estudar o impacto do clima e os transtornos na produção agrícola. Na França há cerca de 50 especialistas na área, no entanto, nenhum diploma reconhece oficialmente essa complexa ciência.
"Um agrometeorologista leva tudo em consideração: bioclimatologia, modelagem, progressos atuais e futuros da genética, ecofisiologia, perenidade ou anualidade das culturas, mudanças climáticas...”, explica a cientista Marie Launey à revista.
Os especialistas citados fazem apelo por um maior apoio do governo, principalmente em forma de investimentos.
Finalmente, a revista l’Obs trata do custo desses investimentos
Um relatório recente intitulado “Incidências econômicas da ação pelo clima” conclui que a transição enérgica vai pesar para as classes populares, vai aumentar a dívida pública e vai precisar ser alimentado por um novo imposto.
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