Medidas para controlar Inteligência artificial são ineficazes, avaliam revistas francesas

As revistas francesas desta semana dão destaque para a questão da evolução exponencial da Inteligência Artificial (IA), que assusta os especialistas. Uma carta aberta pedindo uma suspensão de 6 meses nas pesquisas sobre IA já foi assinada por cerca de 20 mil pessoas.

Uma obra criada por um app de Inteligência Artificial. Foto de ilustração. © CC0 Pixabay/Alexandra Koch

Com a colaboração de Jonas Duris

Yoshua Bengio, fundador e diretor científico do Instituto Mila, especializado na evolução da IA para a ajuda de todos, explica à revista francesa L’OBS que para proteger a população e seu bem-estar, é preciso dar uma pausa na pesquisa do desenvolvimento tecnológico.

Já o repórter da revista L’Express, Frédéric Filloux, expressa o seu descontentamento com as raras respostas ao perigo da inteligência artificial. Três argumentos são expostos.

Primeiro, uma pausa de seis meses no desenvolvimento da IA não vai servir para nada, porque na verdade, segundo ele, os que trabalham nessa área com certeza não vão pausar as pesquisas.

Segundo, as decisões do governo italiano e de outros parlamentares de proibir o chatbot ChatGPT, que utiliza um sistema avançado para interagir com o usuário de forma interativa não leva em conta a multiplicidade de sistemas de Inteligência Artificial. "Proibir só um sistema não serve para nada", avalia a matéria.

Finalmente, a velocidade com a qual a Inteligência Artificial se desenvolve é tão rápida que fica difícil controlar essa evolução, já que há sistemas quase autônomos.

Concorrência industrial

A revista Le Point explica que a Europa quer, através de uma instituição de pesquisa, concorrer com as empresas privadas como Microsoft, Google, ou a chinesa Baidu. Em entrevista à reportagem, Christoph Schuhmann, professor alemão de matemáticas, afirma que o objetivo é “evitar a concentração importante do poder e dos dados nas mãos de empresas que têm um acesso quase exclusivo às tecnologias”.