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A Semana na Imprensa

Ao final de "prazo" de Putin para fim da guerra na Ucrânia, guinada russa preocupa

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Quando iniciou a ofensiva militar na Ucrânia, em 24 de fevereiro, o presidente russo, Vladimir Putin, já tinha uma data em mente para festejar a tomada dos territórios ucranianos: 9 de maio, o principal feriado nacional, em comemoração à vitória soviética sobre os nazistas. Às vésperas da chegada deste dia, a imprensa semanal francesa questiona as chances de Moscou dar alguma reviravolta espetacular no conflito, na próxima segunda-feira.

O Presidente russo Vladimir Putin discursando durante o desfile militar do Dia da Vitória em Moscou, Rússia, domingo, 9 de Maio de 2021, durante o 76º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa.
O Presidente russo Vladimir Putin discursando durante o desfile militar do Dia da Vitória em Moscou, Rússia, domingo, 9 de Maio de 2021, durante o 76º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa. AP - Mikhail Metzel
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A L’Obs constata que Putin tem algumas vitórias a celebrar, como a tomada de Mariupol e o fato de não estar tão isolado quanto o Ocidente tenta lhe deixar. Mas, ao mesmo tempo, o líder teve de abdicar do objetivo de tomar a capital ucraniana, Kiev, e "reconstituir o império russo”, salienta a revista francesa. A publicação afirma que “desde o início da invasão, nada aconteceu como previsto”, a começar pela morte de entre 7 e 15 mil soldados russos, além de ao menos sete generais.

“Para sair desse impasse, Putin vai apelar para a arma nuclear?”, pergunta a L’Obs. Mas a revista conclui que a dura resposta de três potências nucleares diante da Rússia – Estados Unidos, França e Reino Unido – obriga o presidente russo a pensar duas vezes antes de avançar por este caminho. 

Determinação ou desespero?

À L’Express, o doutor em geopolítica e professor-associado da Sciences Po de Paris, Frédéric Encel, contemporiza que “duas das três falas de Putin nesse sentido ocorreram logo depois de derrotas militares”. Encel comentou à revista que “bradar a bandeira nuclear significa sobretudo a vontade de mostrar a sua grande determinação – ou o seu desespero”.

A semanal traz na capa o questionamento que perturba muita gente desde o começo do conflito: "uma guerra mundial é possível?”. A revista lembra que vários altos dirigentes russos vêm insistindo nos comentários a respeito de uma reação nuclear à entrega massiva de armas à Ucrânia pelos países ocidentais – e ressalta que Moscou deve amplificar cada vez mais essa retórica como ferramenta de dissuasão dos adversários.

A L'Express destaca, entretanto, que três dos cinco cenários de escalada global que poderiam levar a uma Terceira Guerra Mundial partem do conflito ucraniano: se a Rússia decidir bombardear a Polônia, país membro da Otan; se Moscou ampliar a guerra para um novo front, possivelmente a Transnístria, no leste da Moldávia; ou se um incidente militar, proposital ou não, levar a uma escalada imprevisível do confronto com o Ocidente.

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