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Israel poderá suspender operações militares em Gaza durante o Ramadã, diz Biden

Israel poderá interromper as operações militares na Faixa de Gaza durante o Ramadã, o mês sagrado para os muçulmanos, que começa entre os dias 10 e 11 de março. O anúncio de um novo acordo foi feito pelo presidente americano, Joe Biden, nesta segunda-feira (26).

Acampamento de palestinos que fugiram dos ataques israelenses na Faixa de Gaza em Rafah
Acampamento de palestinos que fugiram dos ataques israelenses na Faixa de Gaza em Rafah AP - Mohammed Dahman
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Segundo informações da agência Reuters, o Hamas está avaliando um plano de trégua que prevê a suspensão das operações israelenses por cerca de 40 dias. Há chances, ainda incertas, de que o acordo possa ser concluído em uma semana.

A proposta prevê a reforma de hospitais e padarias de Gaza, a entrada diária de 500 caminhões de ajuda humanitária no enclave palestino e a entrega de milhares de barracas e caravanas aos deslocados.

O chefe do Mossad, o serviço de inteligência de Israel, David Barnea, reuniu-se separadamente com representantes do Catar, do Egito e dos Estados Unidos para analisar a proposta, que prevê também a libertação de 40 reféns israelenses detidos na Faixa de Gaza desde o ataque ao Hamas, em 7 de outubro. Em troca, Israel libertaria cerca de 400 prisioneiros palestinos.

Em entrevista na noite desta segunda-feira para o canal NBC, Biden disse que autoridades israelenses tinham prometido permitir "a retirada de civis de Rafah antes de uma ofensiva para destruir o que sobra" do Hamas.

"O Ramadã está se aproximando e há um acordo com os israelenses para não realizarem operações durante o Ramadã e que haja tempo para liberar todos os reféns”, disse o presidente americano. "Muitas pessoas inocentes estão morrendo", acrescentou.

De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, 29.878 pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o início do conflito. "Israel tem o apoio da grande maioria do mundo. Mas se continuar assim, vai perder esse apoio, o que não é interessante", declarou o presidente americano.

Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, pressionam o país para aceitar rapidamente uma trégua e desistir do ataque em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, na fronteira com o Egito. No local, mais da metade dos 2,3 milhões de moradores de Gaza que fogem da guerra estão amontoados, vivendo em condições precárias.

Israel articula operação em Rafah

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou que as forças israelenses planejam um ataque em Rafah e que "medidas serão tomadas" para retirar os civis.

Desde o início de fevereiro, Israel tem rejeitado a proposta do Hamas que prevê uma trégua de quatro meses. Paralelamente, a comunidade internacional vem intensificando os esforços para obter um acordo alternativo, diante do avanço das tropas israelenses no sul da Faixa de Gaza.

Após um encontro com o emir do Catar, Sheikh Tamim bin, Hamad al-Thani, chefe do escritório político do Hamas, com sede em Doha, elogiou os esforços dos mediadores para acabar com a guerra e acusou Israel de “ganhar tempo”, aproveitando que Gaza está sitiada.

"Não permitiremos que o inimigo use as negociações como disfarce para seus crimes", disse Ismail Haniyeh. Benjamin Netanyahu disse que está pronto para um acordo, mas, para isso, o Hamas deve parar de fazer exigências "surreais". "Obviamente, queremos esse acordo se possível.  "Mas depende do Hamas, eles precisam cair na real", acrescentou.

Israel continua afirmando que não interromperá a ofensiva em Gaza, até destruir o Hamas. O grupo afirma que não libertará os 100 reféns que ele ainda mantém se Israel não prometer se retirar de Gaza e acabar com a guerra.

(Reuters e AFP)

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