Exército israelense intensifica ataques contra Rafah e esforços internacionais para cessar-fogo continuam
O Exército israelense intensificou os ataques contra Rafah na quinta-feira (8), onde estão presos mais de um milhão de palestinos. Os Estados Unidos alertaram Israel sobre o risco de um "desastre" na cidade situada no sul da Faixa de Gaza.
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"Ainda não temos nenhuma prova de um planejamento sério sobre uma operação desse porte, e realizá-la sem reflexão em uma área onde um milhão de pessoas estão abrigadas seria um desastre", declarou o porta-voz do departamento de Estado, Vedant Patel.
O chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, que concluiu na quinta-feira uma viagem regional visando encorajar os esforços para o fim dos combates, instou, no dia anterior, seu aliado israelense a "proteger" os civis nas suas operações militares em Gaza, lançadas em retaliação ao ataque sem precedentes do Hamas em solo israelense em 7 de outubro.
Mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou preparativos para uma ofensiva em Rafah, no extremo sul da Faixa de Gaza, na fronteira fechada com o Egito, onde 1,3 milhão de palestinos estão amontoados, a grande maioria deslocada pelos confrontos dos últimos meses.
Blinken deixou Israel no início da tarde depois de insistir durante sua viagem por um acordo de trégua que permitisse a entrega de mais ajuda à Faixa de Gaza, onde a situação humanitária é um “catastrófica” segundo a ONU, e pela libertação dos reféns israelenses detidos no território palestino.
Testemunhas e fontes hospitalares relataram ataques noturnos mortais no sul do território, particularmente em Rafah. O Ministério da Saúde do Hamas contabilizou um total de 130 mortes nas últimas 24 horas.
Ataques aéreos
Segundo um jornalista da AFP, o exército israelense realizou sete ataques aéreos em Rafah. “Estes bombardeamentos são a prova de que Rafah não é um lugar seguro”, diz Oum Hassan, 48 anos, cuja casa foi danificada pelo ataque.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que um ataque a Rafah iria "piorar ainda mais o que já é um pesadelo humanitário”.
O alto comissário para os direitos humanos da ONU, Volker Türk, alertou na quinta-feira que a destruição de edifícios pelo Exército israelense na zona fronteiriça com Israel em Gaza, numa tentativa de estabelecer uma “zona tampão”, constituía um “crime de guerra”.
"Com relação a Rafah Israel tem a obrigação de fazer todo o possível para garantir que os civis sejam protegidos e tenham acesso à ajuda de que precisam", disse Blinken na quarta-feira (7), após se reunir com Netanyahu.
O Exército israelense informou na quinta-feira que estava realizando operações no norte e no sul da Faixa de Gaza, afirmando ter prendido dois “terroristas” que participaram do ataque de 7 de outubro.
Nova rodada de negociações
No Cairo, teve início na quinta-feira uma “nova rodada de negociações”, patrocinada pelo Egito e pelo Catar com a participação do Hamas, para obter “calma na Faixa de Gaza”, e uma troca de prisioneiros e reféns palestinos, anunciou um responsável egípcio à AFP.
“Esperamos negociações muito (...) difíceis, mas o Hamas está aberto a discussões e espera alcançar um cessar-fogo em breve”, explicou um responsável próximo do movimento islâmico palestino.
O presidente americano, Joe Biden, receberá o rei Abdullah II da Jordânia na Casa Branca no dia 12 de fevereiro, para discutir “a situação em Gaza” e “a ideia de uma paz duradoura através de uma solução de dois Estados que garanta a segurança de Israel”.
(Com informações da AFP)
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