Acessar o conteúdo principal

Balanço de vítimas de ofensiva israelense na Faixa de Gaza ultrapassa 25 mil mortos

O Ministério da Saúde palestino, controlado pelo grupo Hamas, indicou neste domingo (21) que 25.105 pessoas morreram na ofensiva israelense na Faixa de Gaza desde 7 de outubro. Apenas nas últimas 24 horas, 178 palestinos foram mortos.

As forças israelenses bombardearam neste domingo (21) os arredores da cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.
As forças israelenses bombardearam neste domingo (21) os arredores da cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. AFP - -
Publicidade

 

Segundo o Hamas, dezenas de bombardeios e tiros de artilharia israelenses são registrados neste domingo no território palestino. A ofensiva de Israel se concentra nos arredores do hospital Nasser Al-Amal, na cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza. Operações também foram retomadas perto do campo de refugiados de Jabaliya, no norte o enclave.

O número de vítimas - mais de 25 mil mortos e quase 63 mil feridos - é subestimado. O Hamas afirma que muitos corpos estão sob os escombros dos bombardeios. Já as Forças Armadas israelenses declararam ter "eliminado terroristas" em Khan Yunis.

A agência palestina de notícias Wafa também indica que soldados israelenses realizam operações em ao menos três cidades da Cisjordânia: Hebron, Qalqilya e Jenin. Prisões foram registradas, além das demolições de casas de dois combatentes palestinos.

A guerra entre Israel e o grupo Hamas teve início em 7 de outubro de 2023, quando membros do grupo invadiram o território israelense e mataram cerca de 1.140 pessoas, a maioria civis. Cerca de 250 pessoas também foram sequestradas durante o ataque. Dezenas puderam deixar o cativeiro no ano passado, mas mais de 130 ainda não puderam voltar para suas casas. Estima-se que 27 pessoas teriam morrido em cativeiro

As forças israelenses indicaram no sábado (20) ter descoberto um túnel em Khan Yunis com "provas da presença de reféns", como desenhos de uma criança mantida em cativeiro. Segundo Israel, "cerca de 20 pessoas" foram mantidas no local em períodos diferentes, "sem luz, com pouco oxigênio e uma umidade assustadora".

Protestos em Israel

No sábado (20), milhares de pessoas saíram às ruas de Tel Aviv para exigir o resgate dos reféns. Manifestantes também pediram a renúncia do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, acusado de dar sequência à guerra para se manter no poder.

Manifestantes desfilaram na praça Habima, muitos deles exibindo cartazes com duras críticas ao premiê. Ao lado de fotos e caricaturas de Netanyahu, mensagens o classificaram como "o rosto do mal" e exigiram "eleições imediatas". 

"Do jeito como vão as coisas, todos os reféns vão morrer. Mas ainda não é muito tarde para libertá-los", indicou Avi Lulu Shamriz, pai de uma das pessoas sequestradas que morreu na Faixa de Gaza. 

Em Jerusalém, cerca de 250 pessoas também se reuniram no sábado, em frente à residência do primeiro-ministro israelense, com flores e fotos dos reféns.

Soberania palestina 

Apesar da pressão popular, Netanyahu dá mostras de que não pretende colocar um fim à ofensiva tão cedo. No sábado, um comunicado emitido pelo escritório do premiê evocou a necessidade de controlar a segurança do enclave palestino. O objetivo é, "uma vez o Hamas destruído (...), garantir que Gaza não constitua mais uma ameça a Israel". 

A questão voltou à tona após uma conversa telefônica entre o líder israelense e o presidente americano, Joe Biden, na sexta-feira (19). Para Netanyahu, a exigência de segurança de Israel "vai contra a demanda de soberania palestina". 

Neste domingo, o ministro britânico da Defesa, Grant Shapps, classificou o posicionamento do premiê isralense de "decepcionante". Para o governo britânico, "não há outra solução" para o conflito além da coexistência de dois Estados. 

A questão também teria sido abordada durante uma reunião no sábado entre o chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, baseado no Catar, e o ministro turco das Relações Exteriores, Hakan Fidan. O líder do movimento palestino viajou à Ancara onde conversou também sobre a realização de um cessar-fogo "o mais rápido possível", a libertação de reféns e um aumento da ajuda humanitária ao enclave.

Desde o início do conflito, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, propôs realizar a mediação entre o Hamas, que classifica de "movimento de libertação", e Israel, que considera "um Estado terrorista". No entanto, até o momento, as negociações entre as duas partes que mais tiveram resultados concretos foram lideradas pelo Catar e o Egito.

(RFI com informações da AFP

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.