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Ataques israelenses deixam centenas de mortos em Gaza; soldados visam líderes do Hamas no sul

O exército israelense mantém os bombardeios na Faixa de Gaza nesta sexta-feira (19) e pelo menos 80 palestinos morreram nos ataques, segundo o grupo Hamas. Durante a madrugada, testemunhas também relataram tiros e ataques aéreos em Khan Younis onde, segundo Israel, estão escondidos muitos líderes do movimento.

Exército israelense bombardeou intensamente o sul da Faixa de Gaza, tendo como pano de fundo uma grande disputa entre Israel e Washington sobre um possível Estado palestino. Foto tirada do sul de Israel mostra uma coluna de fumaça sobre a Faixa de Gaza durante um bombardeio israelense em 18 de janeiro de 2024.
Exército israelense bombardeou intensamente o sul da Faixa de Gaza, tendo como pano de fundo uma grande disputa entre Israel e Washington sobre um possível Estado palestino. Foto tirada do sul de Israel mostra uma coluna de fumaça sobre a Faixa de Gaza durante um bombardeio israelense em 18 de janeiro de 2024. AFP - JACK GUEZ
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Pelo menos outras 77 pessoas morreram em várias áreas do território palestino nas últimas horas, segundo o Ministério da Saúde do Hamas. De acordo com o Crescente Vermelho palestino, tiros de artilharia também foram lançados perto do hospital local Al-Amal.

As forças israelenses dizem ter chegado à área "mais ao sul" de Gaza desde o início da operação terrestre, que começou dia 27 de outubro no extremo norte do enclave palestino. "Soldados apoiados por artilharia e força aérea eliminaram dezenas de terroristas (em combate corpo a corpo)" em Khan Younis, segundo os militares.

De acordo com o Hamas, os combates também deixaram 93 mortos na manhã desta quinta-feira (18) em bombardeios no sul do território, onde soldados israelenses intensificaram suas operações militares. Outras 16 pessoas também morreram em um bombardeio contra uma casa de família em Rafah, na fronteira com o Egito.

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Epidemia de hepatite

Na Faixa de Gaza, onde cerca de 80% da população foi deslocada por ataques ou combates, a situação humanitária continua crítica. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) foram identificados 24 casos de hepatite A, e "milhares" de casos de icterícia.

"As condições de vida desumanas - sem água potável e banheiros limpos permitirão que a hepatite A se espalhe ainda mais", disse o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

A guerra foi desencadeada por um ataque do Hamas em 7 de outubro no sul de Israel, que matou 1.140 pessoas, a maioria civis.

Cerca de 250 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza durante a ofensiva, incluindo cerca de 100 que foram libertadas em uma trégua no final de novembro. De acordo com Israel, 132 permanecem detidas e 27 delas podem ter morrido

Em retaliação, Israel prometeu destruir o Hamas, que tomou o poder em Gaza em 2007. De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, 24.620 pessoas, a grande maioria mulheres, crianças e adolescentes, foram mortas e 61.830 ficaram feridas nas operações israelenses.

Palestinos de Khan Yonis fogem de ofensiva israelense.
Palestinos de Khan Yonis fogem de ofensiva israelense. AP - Mohammed Dahman

 

Estado palestino

"Não ficaremos satisfeitos com nada menos do que uma vitória total, o que significa a eliminação de líderes terroristas, a destruição das capacidades operacionais e militares do Hamas, o retorno de nossos reféns para casa, a desmilitarização de Gaza com controle total de segurança por Israel e tudo o que entra" no território palestino, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, nesta quinta-feira.

"A vitória levará muitos meses", declarou. “Israel deve ter o controle de segurança sobre todo o território a oeste do rio Jordão. Essa é uma condição necessária, que está em contradição com a ideia de soberania (palestina)."

"Obviamente, vemos as coisas de forma diferente", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, questionado sobre as declarações de Netanyahu.

Os Estados Unidos, principal aliado de Israel em sua operação contra o Hamas, disseram várias vezes que a criação e o reconhecimento de um Estado palestino viável são necessários para alcançar a "verdadeira segurança".

Expansão do conflito

Durante a noite, o Exército realizou incursões em diferentes áreas da Cisjordânia ocupada, incluindo Tulkarm, onde o Ministério da Saúde da Autoridade Palestina relatou pelo menos seis mortes desde quarta-feira.

"Sem um Estado palestino independente não haverá segurança ou estabilidade na região. Toda a região está à beira de um colapso devido às políticas agressivas das autoridades de ocupação israelenses contra o povo palestino e seus direitos legítimos", disse o porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, em reação às declarações de Netanyahu.

A comunidade internacional já teme que o conflito possa se espalhar com trocas diárias de tiros na fronteira entre Israel e o Líbano, aumento dos ataques houthis a navios mercantes no Mar Vermelho e no Golfo de Áden e intensificação dos ataques dos EUA no Iêmen.

Com informações da AFP

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