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Israel impôs termo 'trégua temporária' ao invés de 'cessar-fogo' no acordo com o Hamas

Os jornais franceses desta quarta-feira (22) abordam as negociações entre o grupo palestino Hamas e Israel para chegar a uma trégua no conflito, que já dura 47 dias. 

Mulher em frente a uma placa com fotos de reféns, em Ramat Gan, em 22 de novembro de 2023, após a conclusão de um acordo entre Israel e o Hamas.
Mulher em frente a uma placa com fotos de reféns, em Ramat Gan, em 22 de novembro de 2023, após a conclusão de um acordo entre Israel e o Hamas. AP - Oded Balilty
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Grande aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio, mas que também abriga há uma década o escritório político do Hamas, o Catar é citado como o principal mediador da trégua.

O Le Parisien explica que "os ocidentais preferem contar com o intermédio do Catar para não negociarem diretamente com grupos terroristas". Para Étienne Dignat, doutor em Ciência Política na SciencePo, "o Catar se impõe como um interlocutor confiável e que já provou a sua competência para facilitar as negociações, um papel que rende legitimidade a Doha".

Ao citar o jornal americano Washington Post, o Libération descreve que o acordo contém seis páginas e prevê a liberação de 50 a 100 reféns israelenses em troca de 300 mulheres e crianças palestinas detidas por Israel. A troca será de dez reféns contra 30 prisioneiros palestinos por dia, segundo a mesma fonte, e acontecerá durante os dias de trégua. 

O diário explica que a palavra 'cessar-fogo' foi negada por Israel, que preferiu uma trégua temporária. Ainda assim, aviões israelenses poderão sobrevoar o norte da Faixa de Gaza, onde acontecem as operações militares, durante 18 horas por dia. 

O Hamas exigiu uma suspensão de voos de drones israelenses de seis horas por dia, "tempo para que os combatentes do grupo possam localizar os reféns", explica o Libération. A reportagem estima que entre 100 e 300 caminhões de ajuda humanitária, incluindo alimentos e produtos médicos, estarão autorizados a entrar na Faixa de Gaza durante a trégua. 

Além disso, a capa do Libération estampa a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, que defende a política francesa no Oriente Médio e enfatiza a necessidade de uma "trégua duradoura e sustentada", que é essencial para que um processo político seja implementado no local. "Nossa posição é clara: é possível mostrar solidariedade com os israelenses e os palestinos", declarou.

O jornalLe Figaro destaca que a Jihad Islâmica, outra milícia envolvida no sequestro de israelenses, foi consultada para a aprovação da trégua. E afirma que o Hamas exigiu a entrega de mais combustível para alimentar geradores de energia dos hospitais. Israel, no entanto, teme a sua utilização para fins militares. 

Ainda segundo a publicação, o acordo de trégua não teve apoio unânime no governo israelense, tendo sido duramente questionado por líderes de partidos sionistas religiosos.

A complexidade da decisão, conclui o jornal, se baseia nas prioridades de Israel: destruir o Hamas ou libertar os reféns? Uma decisão difícil para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que defende a continuidade da guerra, após essa breve pausa no conflito.   

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