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"O declínio do rei Bibi": imprensa francesa analisa pressão internacional contra premiê israelense

A atuação do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na guerra contra o Hamas vem sendo questionada na comunidade internacional, principalmente após a intensificação na ofensiva, no último fim de semana. Entre a população, o líder também não convence e vê sua popularidade despencar.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em coletiva de imprensa em Tel Aviv, em 28 de outubro.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em coletiva de imprensa em Tel Aviv, em 28 de outubro. © Abir Sultan / Reuters
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"O declínio do rei Bibi", diz o título da reportagem de capa do jornal La Croix, que se refere ao apelido do premiê. O diário afirma que as críticas contra Netanyahu aumentam de tal forma que os israelenses começam a duvidar se ele tem capacidade para continuar guiando o país em guerra.

Quase um mês após os ataques do movimento radical islâmico palestino contra o país, a dor da tragédia abre espaço para a revolta da população contra o governo israelense, avalia La Croix. Para parte da opinião pública, o fatídico 7 de outubro é uma prova de que Netanyahu "não está orientado a garantir a segurança do país", afirma em entrevista ao jornal a mãe de uma refém sequestrada pelo Hamas. 

La Croix lembra que o premiê causou um alvoroço, no fim de semana, ao culpar os serviços de inteligência e as Forças Armadas por não terem conseguido prever a tragédia. Uma "falta de honestidade, decência e responsabilidade" de Netanyahu, diz ao diário o sociólogo Uriel Abulof, da universidade de Tel Aviv. O mesmo tom de reprovação foi visto na imprensa israelense, que afirma que a legitimidade de "Bibi" é questionada até dentro de seu próprio partido, o Likud. Sob anonimato, em entrevistas a jornais israelenses, membros da legenda classificam Netanyahu de "psicótico" e "desequilibrado".

Extensão da guerra à Cisjordânia

O jornal Libération aponta que as baixas nas forças israelenses – 332 soldados mortos desde 7 de outubro – também prejudicam a imagem de Netanyahu, pressionado pelos pedidos da população de um cessar-fogo. O diário aborda a extensão da guerra à Cisjordânia sobre a qual o primeiro-ministro continua "cego" e "imperturbável", diz o editorial do Libération. "É urgente que os líderes ocidentais confrontem o premiê de Israel", destaca o veículo.

"Israel enfrenta os primeiros distanciamentos diplomáticos", intitula uma matéria do jornal Les Echos. Os ataques das forças isralenses contra o campo de refugiados de Jabalya, na terça e quarta (1°), que deixaram dezenas de mortos, suscitaram uma enxurrada de críticas. 

O diário destaca que a Bolívia anunciou o rompimento das relações diplomáticas com Israel. O Chile, a Colômbia e a Jordânia – segundo país árabe a assinar um acordo de paz com Israel, em 1994 – convocaram seus embaixadores em Tel Aviv. Argentina e Arábia Saudita condenaram os bombardeios. Os Estados Unidos, tradicional aliado de Israel, fez um apelo por "uma pausa" no conflito.

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