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Demora para resgatar reféns na Faixa de Gaza desestabiliza governo de Israel

Os principais jornais franceses desta terça-feira (31) tratam da questão dos reféns mantidos pelo grupo Hamas desde o ataque contra Israel em 7 de outubro. O movimento islâmico propôs, no último fim de semana, entregar as mais de 220 pessoas mantidas em cativeiro em troca da libertação dos milhares de prisioneiros palestinos em detenções do Estado hebreu. O governo israelense dá mostras de descartar essa possibilidade até o momento.

Manifestação em Tel Aviv pede cessar-fogo na Faixa de Gaza e libertação dos reféns mantidos pelo grupo Hamas. 28 de outubro de 2023.
Manifestação em Tel Aviv pede cessar-fogo na Faixa de Gaza e libertação dos reféns mantidos pelo grupo Hamas. 28 de outubro de 2023. AFP - AHMAD GHARABLI
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"Reféns: Netanyahu sob pressão" é a manchete do jornal Libération que estampa sua capa com familiares de pessoas sequestradas pelo Hamas exibindo suas fotos em cartazes junto ao slogan, em inglês, "Bring them home now" (Traga-os para casa agora). 

Segundo Libé, os reféns estão no centro da tensão, em um momento em que Israel intensifica a ofensiva na Faixa de Gaza. Na segunda-feira (30), o Hamas divulgou um vídeo em que aparecem três mulheres israelenses. Uma delas faz um apelo para que os prisioneiros palestinos sejam libertados imediatamente e faz duras críticas ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusado de ter abandonado os reféns.

O premiê reagiu imediatamente, qualificando o vídeo de "propaganda psicológica cruel". Para o jornal, a gravação, que viralizou nas redes sociais, desestabiliza ainda mais o governo. "Manifestações cotidianas das famílias dos reféns, que expressam sua frustração e sua angústia, ainda mais depois da extensão da ofensiva em Gaza, e os questionamentos da imprensa israelense sobre a finalidade desta guerra e a responsabilidade de Netanyahu pressionam ainda mais o governo de união nacional, já muito dividido", afirma Libération.

"O destino dos reféns, dilema de Israel em sua guerra contra o Hamas" é o título de uma matéria no jornal Le Figaro. Em entrevista ao diário, o general Olivier Passot, ex-integrante da Direção de Inteligência Militar da França, diz que quanto mais as operações israelenses avançarem, maiores serão as chances de que os reféns serão sacrificados. No entanto, o governo de Israel está convencido de que seu avanço militar em Gaza reduzirá as margens de manobra do Hamas e recusa até mesmo qualquer possibilidade de um cessar-fogo, reitera a matéria.

Em Tel Aviv, as famílias dos reféns acreditam cada vez menos em uma troca das pessoas mantidas em cativeiro por prisioneiros palestinos. Parentes e amigos dos reféns se reúnem a cada dia diante do Palácio da Justiça da capital israelense e exigem que as negociações avancem. "Não vamos parar de protestar enquanto nossos filhos não voltarem para casa", diz, em entrevista ao Figaro Orin Zecharya, cuja filha foi sequestrada.

Resgate de militar israelense

O jornal Le Parisien destaca a libertação da militar israelense Ori Megidish, na madrugada de segunda-feira, pelo exército hebreu. O diário afirma que as Forças Armadas de Israel não divulgaram muitos detalhes sobre como a soldada foi encontrada, limitando-se a revelar que a operação por terra para encontrá-la foi "audaciosa". 

Segundo o presidente israelense, Isaac Herzog, a libertação de Ori Megidish é fruto de uma "dedicação sem fim" do exército hebreu e "do amor pelo povo e pelo país". Já Netanyahu declarou que as operações terrestres na Faixa de Gaza "expressam o engajamento em favor do resgate de todas as pessoas sequestradas". 

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