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Famílias de reféns mantidos pelo Hamas exigem explicação sobre bombardeios israelenses em Gaza

Parentes de pessoas mantidas em cativeiro na Faixa de Gaza temem que a intensificação dos ataques israelenses no enclave palestino "coloque em risco a vida dos 229 reféns" do Hamas. Em Israel, um coletivo exigiu neste sábado (28) explicações do governo de Benjamin Netanyahu.

Cartaz exibido em Bruxelas, na Bélgica, durante um evento da Associação de Imprensa Europa Israel, em 26 de outubro, mostra pessoas que morreram ou foram sequestradas durante o ataque do Hamas em 7 de outubro.
Cartaz exibido em Bruxelas, na Bélgica, durante um evento da Associação de Imprensa Europa Israel, em 26 de outubro, mostra pessoas que morreram ou foram sequestradas durante o ataque do Hamas em 7 de outubro. AFP - KENZO TRIBOUILLARD
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"As famílias se preocupam com o destino de seus parentes e esperam explicação. Cada minuto parece uma eternidade", indica o comunicado de uma associação de defesa dos reféns mantidos pelo Hamas. "Exigimos que o ministro da Defesa Yoav Gallant e membros do gabinete de guerra nos encontrem", reitera a nota.

Os integrantes do coletivo descrevem "uma noite de angústia", devido à intensificação dos bombardeios na Faixa de Gaza desde sexta-feira (27). O comunicado expressa revolta com o governo israelense "que não se deu ao trabalho de encontrar as famílias dos reféns". 

O conflito entre Israel e o Hamas registra violências sem precedentes. De acordo com Tel Aviv, a ofensiva do grupo terrorista em 7 de outubro deixou mais de 1.400 mortos, a maioria civis. Já o Ministério da Saúde palestino contabiliza 7.703 mortos nos bombardeios israelenses na Faixa de Gaza.

Segundo as Forças Armadas israelenses, o Hamas mantém 229 reféns, entre cidadãos israelenses, estrangeiros e pessoas com dupla nacionalidade. Quatro mulheres - uma americana e sua filha, e duas idosas israelenses - foram libertadas nos últimos dias graças à mediação do Egito e do Catar junto ao Hamas.

"Bring them home"

Diante da Kirya, sede das Forças Armadas israelenses em Tel Aviv, dezenas de cidadãos se reúnem todos os dias para exigir respostas sobre o paradeiro e a segurança dos reféns. "Bring them home!" (traga-os para casa), dizem os participantes deste protesto diário.

O israelense Samuel Brodutch, de 84 anos, espera notícias da nora e de três netos desaparecidos desde 7 de outubro. Em entrevista à repórter Cléa Broadhurst, enviada especial da RFI à Israel, ele afirma ter vivido "21 dias em um inferno".

"A sede dos militares israelenses está aqui. Eu exijo que eles tragam de volta minha nora e meus netos agora. É por isso que estou aqui. Quero que eles colem fotos dos meus netos em todas as paredes de seus escritórios, para que eles vejam meus netos como seus próprios filhos. Se eles sentirem isso, tenho certeza que meus netos voltarão. A única coisa que me dá forças é a necessidade de rever meus netos. Não desejo a meu pior inimigo sentir o que estou sentindo. É impossível imaginar", diz. 

Em visita a Moscou, um alto representante do Hamas, Mousa Abu Marzouk, afirmou neste sábado que o grupo extremista islâmico tenta determinar a localização de oito reféns russo-israelenses. "Logo que os encontrarmos, vamos libertá-los", garantiu à agência estatal russa Ria Novosti

Contrariamente aos Estados Unidos e à União Europeia, A Rússia não considera o Hamas uma organização terrorista e sempre manteve relações com o movimento. Embora tenha condenado os ataques de 7 de outubro contra os civis israelenses, Moscou insiste na criação de um Estado palestino para colocar um fim ao conflito que já dura mais que 75 anos. 

(RFI com informações da AFP)   

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