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Entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza pode parar nesta quarta-feira por falta de combustível

As negociações devem se intensificar nesta quarta-feira (25) para a obtenção de uma trégua humanitária na Faixa de Gaza, alvo de ataques diários desde o dia 7 de outubro, quando teve início a guerra entre Israel e o Hamas. A UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinos, pode ser obrigada a interromper suas operações por falta de combustível.

Israel bombardeia a Faixa de Gaza sem interrupção desde o dia 7 de outubro, após o ataque o Hamas ao país.
Israel bombardeia a Faixa de Gaza sem interrupção desde o dia 7 de outubro, após o ataque o Hamas ao país. © Violeta Santos Moura / Reuters
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Cerca de 50 caminhões com ajuda humanitária estão em Gaza desde sábado (21), após atravessarem a passagem de Rafah, no Egito, o único que não está sob controle israelense. "Esta é uma gota em um mar de necessidades", declarou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, nesta terça-feira (24). "Sem combustível, a ajuda não poderá ser encaminhada, os hospitais vão ficar sem luz e a água potável não poderá ser purificada", acrescentou. 

"É uma corrida contra o tempo. Precisamos de combustível urgente", disse Juliette Touma, diretora de comunicação da UNRWA. Segundo ela, as operações de ajuda humanitária podem ser interrompidas nesta quarta-feira à noite. Seis hospitais já fecharam as portas por falta de combustível, segundo a Organização Mundial da Saúde. 

A entrega de combustível, entretanto, continua descartada por Israel. "Não, por ora não nos interessa que a máquina de guerra do Hamas tenha acesso a mais combustível", declarou Mark Regev, conselheiro do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ao canal CNN. Desde o dia 15 de outubro, as forças israelenses pedem que os civis que estão no norte da Faixa de Gaza se dirijam ao sul, que também é alvo de ataques.

Ataques deixam 80 mortos

O governo do Hamas anunciou que os ataques israelenses deixaram pelo menos 80 mortos e centenas de feridos em diferentes áreas da Faixa de Gaza, na noite de terça para quarta-feira. Mais de cem palestinos morreram na Cisjordânia desde o dia 7 de outubro, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

Na terça, o órgão, controlado pelo Hamas, afirmou que 704 palestinos, incluindo 305 crianças, morreram nos ataques israelenses na noite de segunda para terça-feira. Este é o maior balanço de mortos em um único dia da campanha militar israelense, segundo o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. 

Já o Exército de Israel anunciou nesta quarta-feira que bombardeou infraestrutura militar na Síria, em resposta a ataques ao seu território. Os bombardeios atingiram "várias infraestruturas terroristas do Hamas", como túneis, centros de comando, depósitos de armas, rampas de lançamentos de foguetes e mísseis".

No total, pelo menos 1,4 milhão de palestinos deixaram suas casas desde o início da guerra, de acordo com a ONU. Centenas de deslocados se concentraram em condições humanitárias precárias no sul, perto da fronteira com o Egito.

Macron se encontra com presidente egípcio

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta terça-feira que "nada justificará" o sofrimento dos civis em Gaza, após se encontrar com o presidente palestino, Mahmoud Abbas na Cisjordânia. Macron esteve em Israel, onde pediu a liberação dos reféns e a formação de uma coalizão internacional contra o Hamas.

O presidente francês reúne-se nesta manhã com o rei Abdallah, da Jordânia, em Amã, antes de ir para o Cairo, onde deve se encontrar com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi.

Com informações da AFP

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