Em Israel, Macron propõe 'coalizão' contra o Hamas e retomada do processo de paz
Em visita a Israel, o presidente francês Emmanuel Macron propôs nesta terça-feira (24), em Jerusalém, "construir uma coalizão internacional" contra o Hamas e espera fazer progressos em uma "retomada decisiva" do processo de paz com os palestinos.
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Um aperto de mão em frente às bandeiras francesa e israelense. O presidente francês Emmanuel Macron manteve conversas com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, durante as quais reafirmou seu apoio ao Estado judeu. A visita ocorre pouco mais de duas semanas depois que o Hamas começou a atacar Israel, que desde então tem respondido com bombardeios diários a Gaza.
O presidente francês viajou para Ramallah nesta terça-feira à noite. "A segurança de Israel não pode ser sustentável sem um processo político com os palestinos, que têm o direito legítimo a um Estado", disse ele. O presidente francês levou essa mensagem ao líder israelense com uma condição prévia inequívoca: o apoio e a solidariedade da França a Israel na luta contra o terrorismo. Benjamin Netanyahu, por sua vez, reiterou que a erradicação do Hamas era uma condição inegociável.
Sobre esse assunto, Emmanuel Macron propôs que a coalizão internacional contra o grupo Estado Islâmico, com o qual a França está comprometida, também lute contra o Hamas. "Proponho aos nossos parceiros internacionais que construamos uma coalizão regional e internacional para combater os grupos terroristas que ameaçam a todos nós", insistiu.
"Isso é do interesse de Israel e de sua segurança, bem como de vários de seus vizinhos ameaçados por esses mesmos grupos ou por grupos vizinhos. A luta deve ser impiedosa, mas não sem regras, porque somos democracias lutando contra terroristas, democracias que respeitam as leis da guerra e garantem o acesso humanitário" ao povo de Gaza, acrescentou o chefe de Estado francês.
Evitando uma escalada na região
Emmanuel Macron também pediu que a região evite uma escalada. O presidente francês pediu que "o Hezbollah, o regime iraniano e os houthis no Iêmen" "não corram o risco irrefletido de abrir novas frentes de guerra", em um momento em que a situação está muito tensa na fronteira com o Líbano.
No aeroporto de Tel Aviv, na manhã desta terça-feira, assim que desceu do avião, o presidente Macron se reuniu com as famílias de cidadãos franceses e franco-israelenses mortos no ataque ou mantidos como reféns na Faixa de Gaza. A reunião durou pouco mais de uma hora, com cada família em um nicho no saguão do aeroporto. A família de Mia Shem, uma refém franco-israelense cujo vídeo foi transmitido na semana passada pelo Hamas, estava presente.
Pelo menos 30 cidadãos franceses foram mortos, o maior número em um ataque desde o de 14 de julho de 2016 em Nice - que matou 86 pessoas - no sul da França, e nove estão desaparecidos, que provavelmente são mantidos pelo Hamas como reféns, em Gaza.
O chefe de Estado francês visitou Israel depois do presidente dos EUA, Joe Biden, do chanceler alemão, Olaf Scholz, do primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. Ele insistiu que faria essa viagem se a mesma pudesse ser "útil" para a região.
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