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Guerra no Sudão: ONU preocupada com possível recrutamento de crianças para combates armados

Siobhan Mullally, relatora especial das Nações Unidas sobre o Tráfico de Pessoas, expressou preocupação sobre o aumento do risco de recrutamento e utilização de crianças pelas forças e grupos armados no Sudão, à medida que a guerra se intensifica no país desde 15 de abril.

Crianças sentadas em um templo em Sheikh al-Hasan Othman, em 23/07/23.
Crianças sentadas em um templo em Sheikh al-Hasan Othman, em 23/07/23. AFP - EBRAHIM HAMID
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Gaëlle Laleix, correspondente da RFI em Nairóbi

As Nações Unidas expressaram grande preocupação com o possível recrutamento de crianças pelo exército e grupos armados no Sudão. A relatora especial sobre o tráfico de seres humanos, Siobhan Mullaly, falou nesta segunda-feira (16) em Genebra sobre o assunto.

Desde 15 de abril, as forças armadas do general al-Burhan têm confrontado os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FSR) do General Hemedti.

Um conflito com consequências humanitárias desastrosas.

Segundo equipes da ONU, as crianças também são vítimas de homens armados. Com efeito, segundo o relator das Nações Unidas, “as crianças pobres ou separadas das suas famílias seriam alvo das Forças de Apoio Rápido, nos subúrbios de Cartum”. E raptos semelhantes ocorreram em outras regiões, como Darfur e Kordofan do Sul. Ainda segundo Siobhan Mullaly, esses menores são recrutados à força por grupos armados e destinados ao combate.

“As crianças estão em situação de vulnerabilidade absoluta”

A situação foi confirmada por fonte próxima do sindicato dos médicos sudaneses. “No caos do conflito, as crianças estão numa situação de vulnerabilidade absoluta”, explica.

Para o relator das Nações Unidas, de qualquer forma, não se trata de discutir possíveis compromissos voluntários. Ela recorda que o consentimento dos menores não tem qualquer valor: “O seu recrutamento constitui uma violação flagrante dos direitos humanos e do direito internacional. ”

O recrutamento de crianças é uma prática antiga no Sudão. Já existia durante a guerra de Darfur (2003-2020) ou a da Independência do Sudão do Sul.

Em 2016, o governo sudanês assinou um plano de ação com as Nações Unidas para acabar com o recrutamento de crianças para as suas forças armadas.

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