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Macron denuncia "chantagem insuportável" do Hamas com reféns levados para Gaza

O presidente francês, Emmanuel Macron, condenou nesta terça-feira (10) as ameaças do Hamas de executar reféns em reação aos ataques israelenses contra a Faixa de Gaza. Cerca de 150 pessoas de 22 nacionalidades foram capturadas pelo grupo armado durante sua ofensiva no sul de Israel no último sábado.  

Pessoas de 22 nacionalidades estão entre os réfens do grupo armado Hamas.
Pessoas de 22 nacionalidades estão entre os réfens do grupo armado Hamas. © Captura de tela imagens France24
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"A chantagem feita pelo Hamas é uma chantagem insuportável que só podemos condenar", afirmou Macron durante uma coletiva de imprensa em Hamburgo, na Alemanha, ao lado do chanceler alemão Olaf  Scholz.

Na véspera, o grupo armado indicou que a cada ataque de Israel na Faixa de Gaza um refém civil será executado. "O inimigo não compreende a linguagem humanitária e ética, então vamos conversar com ele em uma língua que ele entende", disse um comunicado do Hamas divulgado na segunda-feira (9). 

John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, considera que é necessário levar a sério as ameaças. "O Hamas já mostrou do que é capaz", afirmou, em entrevista ao canal CNN. O presidente americano, Joe Biden, pretende falar sobre a questão nesta terça-feira.

Cerca de 150 reféns 

Durante a sangrenta incursão do grupo no território israelense, que deixou cerca de 900 mortos, cerca de 150 pessoas foram tomadas como refém, entre soldados e civis, incluindo crianças e idosos. No entanto, até o momento, o governo de Benjamin Netanyahu descarta qualquer negociação com o Hamas e prepara uma imensa operação na Faixa de Gaza. A retaliação israelense no enclave, considerada como a maior da história, deixou até o momento cerca de 700 mortos. 

O Catar, em cooperação com os Estados Unidos, tentou iniciar conversas com responsáveis do Hamas com o objetivo de libertar mulheres e crianças. Em troca, o grupo estaria exigindo a libertação de 36 cidadãs e crianças palestinas detidas atualmente em prisões israelenses.

Mas, nesta terça-feira, Majed Al-Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, indicou que é "muito cedo" para que uma mediação seja realizada sobre a questão. "Acho que precisamos ver como vai evoluir a situação", afirmou.

Segundo informações das mídias americanas, os reféns capturados em Israel teriam sido levados para diversos pontos da Faixa de Gaza. A estratégia, segundo um porta-voz das brigadas Al-Qassam (braço armado do Hamas), serviria para complicar a retaliação de Israel no enclave. Na segunda-feira o grupo indicou que quatro cidadãos israelenses foram mortos nos bombardeios de Israel contra Gaza.

Vítimas e reféns do mundo inteiro 

Entre as vítimas da ofensiva do Hamas há cidadãos de diversos países, vários com dupla nacionalidade. Depois de Israel, entre as nações com o maior número de mortos está a Tailândia, que registra 18 óbitos e 11 reféns. Cerca de 30 mil tailandeses trabalham em Israel, sobretudo no setor agrícola. 

Os Estados Unidos confirmaram na segunda-feira a morte de ao menos 11 americanos. Segundo Washington, é "provável" que mais cidadãos do país tenham sido feitos reféns. 

O Nepal contabiliza 10 mortos e um desaparecido. Israel acolhe dezenas de estudantes nepaleses entre os quais 17 que estavam alojados no kibutz Alumim, no sul, um dos locais atacados pelo Hamas.

Na América do Sul, a Argentina é o país com o maior número de mortos no atentado do último sábado: sete óbitos, além de 15 desaparecidos. Já o Brasil indica que duas cidadãs seguem desaparecidas. Segundo a mídia do país, trata-se de Bruna Valeanu, de 24 anos, e Karla Stelzer, de 41 anos. Um brasileiro morreu, Ranani Nidejelski Glazer, de 24 anos. Os três estavam na rave atacada pelo Hamas no sábado.

A França registra oito mortos entre as vítimas dos ataques. O Ministério das Relações Exteriores do país também contabiliza 20 desaparecidos, entre eles, uma criança de 12 anos. 

O Ministério Público da Alemanha indicou nesta terça-feira que abriu uma investigação sobre suspeita de morte e sequestro de alemães. Berlim não indica um número preciso, mas afirma que diversos cidadãos, alguns com dupla nacionalidade, fazem parte dos reféns do Hamas. 

(Com informações da AFP)

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