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Paquistão: Ataque a bomba em comício político deixa dezenas de mortos

Pelo menos 39 pessoas morreram e dezenas de outras ficaram feridas quando uma bomba explodiu no noroeste do Paquistão neste domingo (30), em um comício organizado por um partido islâmico radical. Nenhum grupo ainda reivindicou a responsabilidade pelo ataque, mas a filial local do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) já reivindicou a responsabilidade por ataques ao partido conservador que organizava o evento.

Uma ambulância evacua os feridos após a explosão de uma bomba em Bajur, província de Khyber Pakhtunkhwa, em 30 de julho de 2023.
Uma ambulância evacua os feridos após a explosão de uma bomba em Bajur, província de Khyber Pakhtunkhwa, em 30 de julho de 2023. © Rescue 1122 Head Quarters / AP
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A explosão teve como alvo o partido religioso conservador Jamiat Ulema-e-Islam (JUI-F), cujos mais de 400 membros e simpatizantes estavam reunidos em uma tenda na cidade de Khar, perto da fronteira com o Afeganistão.

"Posso confirmar que no hospital temos hoje 39 mortos e 123 feridos, incluindo 17 pacientes em estado grave", disse à AFP Riaz Anwar, representante do Ministério da Saúde da província de Khyber Pakhtunkhwa. Imagens da explosão que circulam nas redes sociais mostram corpos espalhados na multidão e voluntários ajudando vítimas ensanguentadas a entrar em ambulâncias.

Nenhum grupo reivindicou a responsabilidade pelo ataque, mas a filial local do grupo Estado Islâmico (EI) já havia reivindicado a responsabilidade por ataques à JUI-F. No ano passado, o EI disse que estava por trás de ataques violentos contra acadêmicos religiosos afiliados ao partido. O grupo tem uma vasta rede de mesquitas e madrasas (escolas corânicas) no norte e no oeste do país.

O grupo jihadista acusa o JUI-F de hipocrisia, pois o partido religioso tem apoiado sucessivos governos e o exército.

O governo paquistanês deve ser dissolvido nas próximas semanas, antes das eleições programadas para outubro ou novembro, e os partidos políticos estão se preparando para fazer campanha.

Ataques mais frequentes desde o retorno do Talibã a Cabul

Os ataques no Paquistão aumentaram desde o retorno do Talibã ao poder no Afeganistão em agosto de 2021, seguido pelo fim do cessar-fogo entre o grupo Talibã paquistanês Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP) e o governo paquistanês no final de novembro.

Os ataques ocorrem principalmente nas regiões que fazem fronteira com o Afeganistão. Islamabad acredita que alguns deles são planejados a partir de solo afegão, o que Cabul nega. Em janeiro, um homem ligado ao TTP, de acordo com as autoridades, detonou a bomba que carregava em uma mesquita dentro de uma base policial em Peshawar (nordeste), matando mais de 80 policiais.

De acordo com analistas, os militantes das antigas áreas tribais que fazem fronteira com o Afeganistão ficaram mais encorajados desde o retorno do Talibã afegão.

Bajaur, onde ocorreu a explosão, é um dos sete distritos remotos que fazem fronteira com o Afeganistão. A região tem sido um centro nervoso na guerra global contra o terrorismo.

O Paquistão já foi atormentado por bombardeios quase diários, mas uma grande operação militar lançada em 2014 restaurou amplamente a ordem. Desde então, a segurança melhorou, com o noroeste ficando sob o controle das autoridades nacionais do Paquistão após a aprovação da legislação em 2018.

(Com agências)

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