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Restrições do Talibã contra as mulheres pode constituir 'crime contra a humanidade', afirma G7

As medidas tomadas pelos talibãs contra as mulheres no Afeganistão podem constituir "um crime contra a humanidade", advertiram os ministros de Relações Exteriores do G7 em um comunicado de imprensa divulgado nesta quinta-feira (22).

Meninas afegãs frequentam uma escola religiosa, que permaneceu aberta desde o retorno do Talibã ao poder no ano passado, em Cabul, Afeganistão, 11 de agosto de 2022. Para a maioria das adolescentes no Afeganistão, já se passou um ano desde que colocaram os pés em uma sala de aula.
Meninas afegãs frequentam uma escola religiosa, que permaneceu aberta desde o retorno do Talibã ao poder no ano passado, em Cabul, Afeganistão, 11 de agosto de 2022. Para a maioria das adolescentes no Afeganistão, já se passou um ano desde que colocaram os pés em uma sala de aula. AP - Ebrahim Noroozi
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Os ministros, que se reuniram por videoconferência, pediram ao regime talibã que reverta sua decisão de proibir as mulheres de estudarem nas universidades e de privar meninas do acesso ao ensino médio.

Eles ainda alertam Cabul sobre possíveis consequências perante o Tribunal Penal Internacional de Haia: "a perseguição baseada no gênero pode constituir um crime contra a humanidade previsto no Estatuto de Roma, de que o Afeganistão é um Estado Parte".

“As políticas do Talibã destinadas a apagar as mulheres da vida pública terão consequências nas relações de nossos países com o Talibã”, alerta o grupo.

“As recentes medidas tomadas pelo Talibã, que se somam a medidas cumulativas anteriores, que restringem o exercício dos direitos humanos e liberdades fundamentais de mulheres e meninas no Afeganistão, são extremamente preocupantes e parecem constituir uma política sistemática”, lamentam os ministros.

“Idade da pedra”

Durante uma coletiva de imprensa em Berlim com seu colega dinamarquês, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, enfatizou a questão, chamando as recentes decisões do Talibã contra a educação das mulheres de “um novo passo em direção à Idade da Pedra”.

Mas esta proibição não é a única, enfatizou, lembrando que nos últimos meses os talibãs multiplicaram as restrições à liberdade das mulheres: "elas não somente não têm o direito de estudar, como já não têm o direito de irem aos parques ou saírem de casa sem véu".

A proibição das mulheres afegãs de frequentarem a universidade, decidida pelo regime talibã, suscitou críticas generalizadas no mundo ocidental. A decisão foi condenada até pela Turquia e pelo Irã.

(Com informações da AFP)

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