Restrições do Talibã contra as mulheres pode constituir 'crime contra a humanidade', afirma G7
As medidas tomadas pelos talibãs contra as mulheres no Afeganistão podem constituir "um crime contra a humanidade", advertiram os ministros de Relações Exteriores do G7 em um comunicado de imprensa divulgado nesta quinta-feira (22).
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Os ministros, que se reuniram por videoconferência, pediram ao regime talibã que reverta sua decisão de proibir as mulheres de estudarem nas universidades e de privar meninas do acesso ao ensino médio.
Eles ainda alertam Cabul sobre possíveis consequências perante o Tribunal Penal Internacional de Haia: "a perseguição baseada no gênero pode constituir um crime contra a humanidade previsto no Estatuto de Roma, de que o Afeganistão é um Estado Parte".
“As políticas do Talibã destinadas a apagar as mulheres da vida pública terão consequências nas relações de nossos países com o Talibã”, alerta o grupo.
“As recentes medidas tomadas pelo Talibã, que se somam a medidas cumulativas anteriores, que restringem o exercício dos direitos humanos e liberdades fundamentais de mulheres e meninas no Afeganistão, são extremamente preocupantes e parecem constituir uma política sistemática”, lamentam os ministros.
“Idade da pedra”
Durante uma coletiva de imprensa em Berlim com seu colega dinamarquês, a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, enfatizou a questão, chamando as recentes decisões do Talibã contra a educação das mulheres de “um novo passo em direção à Idade da Pedra”.
By destroying the future of girls and women in #Afghanistan, the #Taliban decided to destroy their own country’s future. I will put the issue on the agenda of the G7 tomorrow. The Taliban may try to make women invisible, but won’t succeed - the world is watching.
— Außenministerin Annalena Baerbock (@ABaerbock) December 21, 2022
Mas esta proibição não é a única, enfatizou, lembrando que nos últimos meses os talibãs multiplicaram as restrições à liberdade das mulheres: "elas não somente não têm o direito de estudar, como já não têm o direito de irem aos parques ou saírem de casa sem véu".
A proibição das mulheres afegãs de frequentarem a universidade, decidida pelo regime talibã, suscitou críticas generalizadas no mundo ocidental. A decisão foi condenada até pela Turquia e pelo Irã.
(Com informações da AFP)
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