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ONU: alta dos preços empurrou 71 milhões de pessoas para a pobreza no mundo em três meses

A disparada dos preços dos alimentos e da energia em todo planeta empurrou 71 milhões de pessoas de países de baixa renda à pobreza extrema desde março, afirma um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) publicado nesta quinta-feira (7).

Mãe alimenta criança em comunidade do Rio de Janeiro, onde número de moradores não cessa de aumentar. (AP Photo/Silvia Izquierdo)
Mãe alimenta criança em comunidade do Rio de Janeiro, onde número de moradores não cessa de aumentar. (AP Photo/Silvia Izquierdo) AP - Silvia Izquierdo
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O PNUD aponta no documento que a aceleração da pobreza "é consideravelmente mais rápida que o choque da pandemia de Covid-19" e atribui parte do aumento dos preços à guerra na Ucrânia, responsabilidade que a Rússia nega. "As transferências de dinheiro direcionadas para as famílias são mais equitativas e mais rentáveis que os subsídios gerais à energia", menciona o relatório.

Ao mesmo tempo, o documento considera que os países precisarão de apoio do sistema multilateral para as famílias conseguirem "chegar ao fim do mês". "Enquanto as taxas de juros aumentam em resposta à alta da inflação, existe o risco de desencadear uma nova onda de pobreza induzida pela recessão que exacerbará ainda mais a crise, acelerando e aprofundando a pobreza no mundo", alerta o PNUD.

Situação é pior nos Bálcãs e na África

O estudo analisa 159 países. As nações que enfrentam a situação mais crítica estão nos Bálcãs, na região do mar Cáspio e na África Subsaariana, em particular no Sahel.

"Aumentos de preços sem precedentes significam que, para muitas pessoas em todo o mundo, a comida que eles podiam comprar ontem não é mais possível hoje", afirmou o diretor do PNUD, Achim Steiner. "Esta crise do custo de vida está empurrando milhões de pessoas à pobreza e até mesmo à fome a uma velocidade vertiginosa e, com isso, a ameaça de problemas sociais cresce a cada dia", alertou.

Entre os países que enfrentam as consequências mais dramáticas de alta de preços estão Armênia, Uzbequistão, Burkina Faso, Gana, Quênia, Ruanda, Sudão, Haiti, Paquistão, Sri Lanka, Etiópia, Mali, Nigéria, Serra Leoa, Tanzânia e Iêmen.

Padrões internacionais

Instituições internacionais como as Nações Unidas, o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional estabelecem limites para pobreza: em países de baixa renda é onde o poder de compra por pessoa e por dia não passa de US$ 1,90. Nos países de renda média-baixa, esse valor sobe para US$ 3,20 e nos países de renda média-alta, é fixado em US$ 5,50.

Segundo o relatório, a atual crise gerada pela alta no custo de vida pode levar mais 51 milhões de pessoas para a extrema pobreza e 20 milhões de pessoas à pobreza, o que elevaria o total mundial da população em situação precária para pouco mais de 1,7 bilhão de pessoas.

(Com AFP e Reuters)

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