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Companhias aéreas aceleram recuperação após Covid-19 e esperam voltar a lucrar em 2023

Após 30 meses de crise gerada pela Covid-19, as companhias aéreas estão finalmente retomando o otimismo. O setor, um dos mais castigados pela pandemia, espera reduzir os prejuízos este ano e retomar os lucros em 2023, graças à forte recuperação da demanda. 

Airbus A350 da Air France decola na cidade de Colomiers, perto de Toulouse, no sudoeste da França, em 27 de setembro de 2019.
Airbus A350 da Air France decola na cidade de Colomiers, perto de Toulouse, no sudoeste da França, em 27 de setembro de 2019. REUTERS - Regis Duvignau
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As companhias aéreas ainda devem perder US$ 9,7 bilhões em 2022, de acordo com as projeções da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata). No entanto, segundo a entidade, isso representará um "enorme avanço" em relação aos US$ 137,7 bilhões de prejuízo em 2020 e aos US$ 42,1 bilhões de 2021.

"A rentabilidade das companhias do setor em 2023 parece estar ao alcance. As da América do Norte devem registrar lucro de US$ 8,8 bilhões a partir de 2022", afirma nesta segunda-feira (20) um comunicado da associação, que representa a grande maioria das aéreas do mundo e que realiza a sua assembleia geral anual em Doha, no Catar.

Além disso, "a forte demanda latente, o fim das restrições de movimentação na maioria dos mercados, o baixo desemprego na maioria dos países e as rendas dos indivíduos alimentam uma recuperação que terá como consequência que o número de passageiros alcance 83% do anterior à pandemia neste ano", destacou a organização.

A crise sanitária afetou o setor aéreo, que perdeu 60% dos clientes em 2020 e, no ano seguinte, recuperou apenas 50% dos 4,5 bilhões de passageiros registrados em 2019. Em volume de negócios, as empresas esperam recuperar este ano 93,3% do nível de 2019. Com um total de US$ 782 bilhões, isto representará um aumento de 54,5% em 12 meses. 

A Iata calcula que o tráfego de passageiros retornará aos níveis anteriores à crise em 2024. O aumento será impulsionado pelas receitas do transporte de passageiros, que "mais que dobrarão" em ritmo anual, atingindo US$ 498 bilhões. 

Já as receitas do transporte de mercadorias registrarão uma leve queda, chegando a US$ 191 bilhões, contra US$ 204 bilhões do ano passado, mas ainda assim "dobrarão" o nível de 2019. A aviação de carga foi um dos poucos pontos fortes da indústria aérea de durante a crise.

Guerra na Ucrânia pode prejudicar previsões

Em todo o setor "há otimismo, embora ainda existam desafios em termos de custos, em particular do querosene, e restrições persistentes em alguns mercados-chave", declarou o diretor-geral da Iata, Willie Walsh. A invasão da Ucrânia pela Rússia e as sanções contra Moscou provocaram a disparada dos preços. O combustível representará 24% dos custos das companhias aéreas em 2022, contra 19% em 2021, segundo a associação.

A organização identificou vários "fatores de risco" que podem modificar suas previsões – o primeiro deles é a guerra na Ucrânia. O fechamento do espaço aéreo russo a muitas empresas provoca viagens mais longas e caras entre a Ásia e a Europa ou Estados Unidos.

Outro desafio é operacional: problemas devido à escassez de pilotos nos Estados Unidos, assim como de funcionários de manutenção e agentes de segurança em alguns aeroportos europeus, um fenômeno que a Iata espera que desapareça nos próximos meses. Além disso, a inflação elevada corrói o poder aquisitivo dos consumidores.

Meta de redução de CO2

Enfraquecidas pela crise, as companhias aéreas devem sanar as finanças e investir para reduzir a zero as emissões líquidas de CO2 até 2050, uma meta recordada nesta segunda-feira pela Iata. A associação fez um apelo para que os países ratifiquem o objetivo em setembro, em uma reunião de cúpula da Organização Internacional da Aviação Civil (Oiac), uma agência da ONU.

"É crucial que a indústria seja apoiada pelos governos com políticas que estejam concentradas no mesmo objetivo de descarbonização", disse Walsh.

Embora a Covid-19 não esteja mais no topo das preocupações, a pandemia continua e o surgimento de novas variantes pode provocar fechamentos de fronteiras. No entanto, a Iata frisou que não considera que este seja "um meio eficaz para controlar os contágios".

A associação organizará sua próxima assembleia geral em junho de 2023 em Istambul, na Turquia.

(Com informações da AFP

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