Covid-19: Companhias aéreas devem demorar três anos para se recuperarem
O prejuízo das empresas aéreas já chega a mais de US$ 250 bilhões. A questão da sobrevivência de algumas delas em três ou seis meses é agora analisada pelo governo francês, segundo o jornal Le Monde.
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“Em que estado o setor aeronáutico emergirá da crise?”, se pergunta o jornal Le Monde nesta sexta-feira (10). Quanto tempo as companhias aéreas, aeroportos, fabricantes de aeronaves e fabricantes de equipamentos levarão para se recuperar?
Este é o assunto do estudo apresentado na quinta-feira, 9 de abril, pela empresa de consultoria Archery Strategy Consulting (ASC). Segundo ela, as perspectivas de curto e médio prazo não são muito animadoras.As companhias aéreas estão quase paradas. 90% da frota da Air France-KLM está imobilizada no solo, assim como a de sua rival Lufthansa. Isso tem um enorme impacto econômico.
Carsten Spohr, CEO do grupo alemão, disse na quinta-feira ao jornal francês que "perde € 1 milhão por hora". Internamente, alguns dizem que as perdas da Air France seriam da mesma ordem, diz o Le Monde. Todas as empresas estão alojadas no mesmo barco.
De acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), seu déficit já chega a mais de 250 bilhões de dólares (230 bilhões de euros), ou 30% de seu faturamento anual global. Alexandre de Juniac, chefe da IATA, soa o alarme: "Se continuarmos assim, metade das companhias aéreas desaparecerá em junho. "De acordo com as tabelas elaboradas pela ASC de acordo com o fluxo de caixa das companhias aéreas, a Air France não é a mais mal colocada. Ela tem seis meses de sobrevivência pela frente antes da falência. Melhor que a Lufthansa e a American Delta Airlines, cuja visibilidade é reduzida para três meses”.
Ajuda de € 20 bi do governo francês
O estado francês está pronto para investir 20 bilhões de euros para ajudar as empresas do setor público ou privado em dificuldades pela crise ligada à epidemia de coronavírus, incluindo a Air France-KLM, disse o ministro da Economia e Finanças francês nesta sexta-feira (10), Bruno Le Maire.
A Air France-KLM, cujo tráfego de passageiros caiu 56,6% em março, e que vai paralisar mais de 90% de suas capacidades até o final de maio, disse na quinta-feira que precisaria de dinheiro nos próximos meses, mas afirmou que estava confiante em sua capacidade de encontrar o financiamento necessário, em particular entre os franceses e os holandeses, ambos acionistas em até 14% cada.
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