Afeganistão: líderes da OCI se reúnem no Paquistão por ajuda humanitária
A crise humanitária no Afeganistão está no centro da 17ª Sessão Especial da OCI, o Conselho de Ministros das Relações Exteriores da Organização para a Cooperação Islâmica. O grupo se reúne com urgência neste domingo (19), em Islamabad, no Paquistão. O objetivo é convencer os Estados membros e não-membros a mobilizarem apoio internacional para organizar e implementar um plano de ajuda humanitária de emergência para o povo afegão.
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Por Sonia Ghezali, correspondente da RFI em Islamabad
Cerca de 20 chanceleres e dez vice-ministros participam dessa cúpula de emergência, inclusive o ministro das Relações Exteriores do Talibã, Amir Khan Muttaqi. Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU também estão presentes, além do enviado dos Estados Unidos ao Afeganistão, Thomas West. A França é representada pelo encarregado de assuntos estrangeiros Gilles Garachon.
No sábado (18), o primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, reiterou o objetivo da cúpula de emergência: "expressar solidariedade ao povo afegão e concentrar energias para enfrentar a terrível situação humanitária no Afeganistão".
I welcome delegations from OIC mbr states, observers, friends, partners & int orgs to Pakistan. The extraordinary session of OIC CFMs is an expression of solidarity with the Afghan ppl & to focus our collective energies on addressing the dire humanitarian situation in Afghanistan
— Imran Khan (@ImranKhanPTI) December 18, 2021
Desde que o Talibã assumiu o poder em agosto, o país mergulhou em uma severa crise de pobreza. Este é um dos piores desastres humanitários do mundo hoje. De acordo com o Programa Mundial de Alimentos da ONU, quase todos os afegãos podem cair abaixo da linha da pobreza nos próximos meses.
Reservas afegãs ainda congeladas
O sistema econômico entrou em colapso com as sanções internacionais e o congelamento de fundos. O Talibã está pedindo aos Estados Unidos que liberem US$ 9,5 bilhões em reservas do Banco Central Afegão que seguem retidas.
O Emirado Islâmico do Afeganistão ainda não foi reconhecido por nenhum outro país, mas algumas chancelarias pedem a não politização da questão afegã, porque há urgência. As autoridades paquistanesas alertam que, em caso de desastre humanitário, a responsabilidade recairá sobre aqueles que não responderem a tempo.
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