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Ataque dos EUA com drones teria matado "estrategista" do Estado Islâmico no Afeganistão

Militares americanos informaram que realizaram um ataque com drones contra um "estrategista" do Estado Islâmico Khorasan (EI-K), o grupo que assumiu a responsabilidade pelo atentado suicida que matou, na quinta-feira (26), pelo menos 72 civis e 13 soldados americanos no aeroporto de Cabul. O risco de atentados na área persiste. 

Imagem de satélite de 23 de agosto de 2021 mostra área do aeroporto de Cabul onde ocorreu o atentado de quinta-feira.
Imagem de satélite de 23 de agosto de 2021 mostra área do aeroporto de Cabul onde ocorreu o atentado de quinta-feira. © AFP/Satellite image ©2021 Maxar Technologies
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Segundo o enviado especial do canal de TV francês France 24, Cyril Payen, que se encontra a 2 km do terminal, os voos de aviões militares americanos estavam paralisados na manhã de sábado (28).

Na noite de sexta-feira, o capitão americano Bill Urban, do Comando Central, declarou que "o ataque aéreo não tripulado ocorreu na província afegã de Nangahar". As primeiras indicações são de que matamos o alvo", afirmou o militar. "Não temos conhecimento de nenhuma vítima civil", acrescentou, em um comunicado no qual anunciou a primeira represália americana desde o sangrento atentado. O ataque americano foi lançado de fora do Afeganistão.

Enquanto isso, a embaixada dos Estados Unidos em Cabul emitiu um alerta de segurança instando seus cidadãos a deixarem "imediatamente" os portões do aeroporto.

"Os cidadãos americanos que estão agora no portão de Abbey, no portão Leste, no portão Norte ou no novo portão Novo Ministério do Interior devem partir imediatamente", escreveu a missão diplomática.

O balanço de vítimas do atentado de quinta-feira, em que um homem-bomba detonou um explosivo em meio à densa multidão do lado de fora de um dos portões do aeroporto, permanece provisório. Alguns meios de comunicação evocam até 200 mortos, contra 85 confirmados oficialmente. As autoridades americanas disseram que homens armados abriram fogo contra a multidão após a explosão.

O ataque foi realizado pela violenta ala afegã do grupo Estado Islâmico instalado na província do Khorasan, que, segundo fontes ocidentais, contaria com cerca de 2 mil combatentes. Entre os grupos jihadistas, o EI-K é o principal adversário do movimento Talibã, que considera moderado demais por ter negociado com os Estados Unidos.

Biden enfraquecido

O atentado em Cabul enfraqueceu o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que é criticado por ter ordenado uma retirada mal planejada das forças americanas, depois de mais de 20 anos de permanência no solo afegão. O democrata prometeu retaliação aos jihadistas do EI-K e confirmou que continuaria com as operações de retirada até 31 de agosto, o prazo negociado com os talibãs. "Não vamos perdoar [o EI-K]. Não vamos esquecer. Vamos caçá-los e fazê-los pagar", ameaçou Biden.

O líder americano se vê, no entanto, em uma posição desconfortável. Em entrevista ao site de informação France Info, o general francês Dominique Trinquand, ex-chefe da missão militar francesa na ONU, disse neste sábado que "o ataque com drone americano contra o EI-K representa uma aliança indireta dos Estados Unidos com os talibãs". 

Na tarde de sexta-feira, o porta-voz do Pentágono, John Kirby, alertou que o EI-K estava planejando atacar o aeroporto de Cabul novamente.

França encerrou operações

A França encerrou ontem à noite suas operações de evacuação do Afeganistão. Ao todo, desde 15 de agosto, quando os talibãs retornaram ao poder, as Forças Armadas francesas retiraram 3 mil pessoas de Cabul, sendo cerca de 2.600 afegãos. No entanto, devido à ameaça de novos atentados, Paris deixou de evacuar cerca de 1.000 pessoas que estavam inscritas na embaixada para deixar o país.

O governo francês pmantém negociações com os talibãs para que esses cidadãos não sejam vítimas de represálias e possam deixar o solo afegão assim que a situação no aeroporto de Cabul se estabilizar.

Com informações da AFP e Reuters

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