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Aliança com Putin é "chave" para sobrevivência de Lukashenko, diz especialista

O presidente bielorusso, Alexander Lukashenko, afirmou que agiu "legalmente" ao decidir desviar um avião de passageiros para Minsk depois de receber uma ameaça de bomba e negou que durante um pouso forçado tivesse mandado prender o jornalista dissidente Roman Protasevich, cuja prisão abalou o contexto geopolítico mundial. No meio da pressão internacional por novas sanções ao regime de Minsk, Lukashenko conta com o apoio precioso do presidente russo.

O presidente Alexander Lukashenko em frente ao Parlamento de Belarus em 26 de maio de 2021.
O presidente Alexander Lukashenko em frente ao Parlamento de Belarus em 26 de maio de 2021. AP - Sergei Shelega
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Apesar da chuva de críticas da comunidade internacional e do aumento das pressões por sanções, "é arriscado dizer que é o começo do fim para Lukashenko", segundo o professor Francesc Serra, da Universidade Autônoma de Barcelona, um especialista em ex-URSS.

Lukashenko, no poder desde 1994, também criticou os "ataques" ocidentais que cruzaram as "linhas vermelhas", referindo-se às críticas globais que esse desvio forçado do avião para Minsk tem merecido. A reeleição de Lukashenko em 2020, considerada fraudulenta, gerou protestos massivos nas ruas. O líder atribui essas manifestações a uma oposição liderada por países ocidentais, que acusa de querer derrubá-lo. A aliança com Putin tem sido "a chave de sua manutenção no poder, desde aqueles protestos", segundo Serra, apesar de, no passado "os dois líderes não terem tido boas relações". 

Protasevich, o blogueiro que abalou a geopolítica global, viveu por vários períodos no exterior. Em 2019, após a prisão de um de seus amigos mais próximos, ele decidiu se exilar, quando já acumulava uma longa lista de prisões e ameaças.

Em meio a uma onda de duras críticas internacionais depois que as autoridades bielorrussas forçaram no domingo - alegando uma ameaça de bomba - a aterrissagem de um avião civil para posteriormente prender o jornalista dissidente, que estava a bordo, Lukashenko não só não baixou o tom, mas aprovou um novo pacote de leis que restringe ainda mais o direito à informação em Belarus, e reprime a dissidência.

Nesta quarta-feira (26), o presidente bielorrusso denunciou que seu país é "palco de experimentos para atacar posteriormente o Leste". Após o incidente, a União Europeia (UE) decidiu fechar seu espaço aéreo para o Belarus e adotar novas sanções contra líderes e entidades desta ex-república soviética.

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