Diretor-geral da AIEA é esperado no Irã para manter cooperação com autoridades
O diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Rafael Grossi, deve chegar neste sábado (20) a Teerã para encontrar uma solução "aceitável para ambos os lados" em relação ao acesso às estruturas nucleares no Irã.
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Siavosh Ghazi, correspondente da RFI no Irã
O objetivo de Grossi é impedir que o Irã reduza sua cooperação com a AIEA. De acordo com uma lei votada pelo Parlamento iraniano, se os Estados Unidos não cancelarem todas as sanções impostas contra o país desde 2018, Teerã não continuará a aplicar o protocolo adicional a partir da próxima terça-feira (23) e limitará consideravelmente sua cooperação com a agência.
O Irã também anunciou a instalação de mil centrífugas mais modernas para enriquecer urânio a 20%. O acordo nuclear de 2015 prevê que o Irã limite seu nível de enriquecimento a menos de 4% e que parte do material seja estocada no exterior.
A visita acontece em um contexto diplomático sensível. O governo americano, com a chegada de Joe Biden ao poder, diz estar aberto ao diálogo para o retorno ao acordo nuclear de 2015. A questão esteve no centro de duas reuniões internacionais nesta semana.
Para retornar às negociações, o Irã pede que os Estados Unidos cancelem todas as sanções impostas contra o país desde 2018 pelo então presidente americano, Donald Trump, que abandonou o acordo nuclear.
Fim da "pressão máxima"
O ministro das Relações Exteriores, Javad Sharif, diz que, antes de mais nada, os Estados Unidos devem colocar um fim à política de "pressão máxima", adotada por Washington.
Em entrevista à RFI, Vincent Eiffling, especialista em questões iranianas no Centro de Estudos de Crise e Conflitos Internacionais, explicou que, para o presidente Hassan Rohani, "dar o primeiro passo seria uma espécie de suicídio político", já que a questão é considerada uma das mais "sensíveis" pelo governo iraniano.
Os dois países não querem ser os primeiros a tomar a iniciativa retomada das discussões. Neste contexto, os diplomatas europeus poderiam tentar uma achar uma solução para "ressuscitar" o acordo nuclear entre o Irã e as grandes potências.
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