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Turquia desmente envio de combatentes sírios a Nagorno-Karabakh, onde conflitos continuam

Pelo quinto dia consecutivo, e apesar dos fortes apelos de Moscou e do Ocidente, o cessar-fogo que deveria estar em vigor na região separatista de Nagorno-Karabakh parece não se sustentar. O Azerbaijão anunciou nesta quarta-feira (14) ter atingido bases de lançamento de mísseis em território armênio, gerando temores de uma escalada do conflito. O governo turco nega estar alimentando as tensões com o envio de combatentes sírios.

Um míssil BM-30 Smerch caiu perto de Stepanakert, a principal cidade da região de Nagorno Karabakh.
Um míssil BM-30 Smerch caiu perto de Stepanakert, a principal cidade da região de Nagorno Karabakh. AFP/Archivos
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O exército do Azerbaijão confirma ter bombardeado "lançadores de mísseis" posicionados durante a noite em território armênio e que, segundo Baku, foram usados ​​para atingir o Azerbaijão.

Do outro lado, a porta-voz do Ministério da Defesa da Armênia, Shushan Stepanian, confirmou os ataques em seu solo, mas negou qualquer intenção de seu país de atingir áreas civis no Azerbaijão. Esta "alegação não tem fundamento", disse ela, acrescentando que o exército armênio "agora se reserva o direito de mirar qualquer instalação militar ou movimento de combate no território do Azerbaijão".

O local do conflito

Nagorno-Karabakh, um território povoado principalmente por armênios, se separou do Azerbaijão pouco antes da queda da União Soviética (URSS), levando a uma guerra que deixou 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados, na década de 1990.

O Azerbaijão acusa a Armênia de ocupar seu solo, e os confrontos armados se tornaram comuns. Porém, as hostilidades em curso desde setembro são as mais sérias desde 1994. Após quase trinta anos de impasse diplomático, o presidente do Azerbaijão, Ilham Alïev, prometeu, se necessário, retomar o controle dessa região pela força.

Os dois lados rejeitam a responsabilidade pelos afrontamentos das últimas semanas, que deixaram mais de 600 mortos, segundo dados oficiais. Observadores acreditam que as perdas podem ser ainda maiores, uma vez que o Azerbaijão não comunicou as mortes entre suas tropas.

Turquia desmente o envio de combatentes sírios

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan rejeitou nesta quarta-feira as acusações de que combatentes sírios, apoiados por Ancara, teriam sido enviados a Nagorno-Karabakh para lutar ao lado do Azerbaijão contra as tropas separatistas armênias.

“Alguns falam para nós: você mandou sírios (combatentes) para lá. Não temos essa agenda (...) Eles já têm muito o que fazer no país deles”, disse Erdogan durante um discurso em Ancara.

Vários países e observadores afirmaram nas últimas semanas que combatentes sírios estariam participando dos confrontos entre a Armênia e o Azerbaijão. O presidente francês, Emmanuel Macron, chegou a afirmar que "jihadistas" foram enviados da Síria para lá.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma ONG que depende de uma vasta rede de fontes sírias, também afirmou que várias dezenas de combatentes sírios pró-turcos foram mortos recentemente nesta região.

A Turquia, que realizou várias operações militares no norte da Síria desde 2016, está treinando e armando vários grupos país vizinho. Em fevereiro, Erdogan confirmou a presença na Líbia de combatentes sírios para apoiar o governo em Trípoli.

Embora negue ter feito o mesmo em Nagorno-Karabakh, Erdogan reafirmou que a Turquia está pronta para fornecer "qualquer tipo de apoio" ao Azerbaijão, enquanto lamenta o fato de que "as armas estão chegando em quantidade da Rússia e da França ".

 

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