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Protestos contra o racismo se espalham pelo mundo; França proíbe manifestação

Os Estados Unidos se preparam para um novo fim de semana de intensos protestos contra o racismo e a violência policial, no momento em que o aumento da repressão das manifestações no país, pelas forças de ordem, causa apreensão. De Sydney a Londres, diversas cidades do mundo registram manifestações neste sábado (6) e desafiam a pandemia de coronavírus. Na França, o governo proibiu atos organizados pelas sociais e marcados para acontecer nesta tarde em frente à Torre Eiffel e à embaixada americana.

Em Londres, manifestantes se concentram em frente ao Parlamento britânico, apesar da pandemia de coronavírus.
Em Londres, manifestantes se concentram em frente ao Parlamento britânico, apesar da pandemia de coronavírus. REUTERS - HENRY NICHOLLS
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O governo francês alega que qualquer aglomeração de mais de 10 pessoas está vetada, por conta da Covid-19. Na terça feira (2), apesar de proibido, um protesto reuniu mais de 20 mil pessoas no norte de Paris e acabou em confrontos. Os manifestantes exigiam justiça no caso do jovem negro francês Adama Traoré, morto há quatro anos em condições similares às do americano George Floyd, de 46 anos. Floyd faleceu no dia 25 de maio depois de ser asfixiado durante quase nove minutos por um policial branco durante um controle policial, em Minneapolis.

Em defesa de outras vítimas de preconceito

Nos Estados Unidos, a capital, Washington, pode registrar os maiores protestos já vistos na cidade, com 1 milhão de pessoas esperadas. A morte de Floyd continua a desencadear manifestações contra o racismo pelo mundo. Neste sábado, dezenas de milhares de pessoas participaram de atos na Austrália, em defesa também dos aborígenes, alvo de preconceito no país. O protesto havia sido proibido, mas acabou autorizado de última hora pela Justiça, apesar das medidas de isolamento em vigor contra o coronavírus.

“O fato de que tenham tentado nos impedir de protestar nos dá ainda mais vontade de fazê-lo”, declarou à AFP o manifestante Jumikah Donovan, nas ruas de Sydney. Muitos participantes utilizavam máscaras de proteção e tentavam manter distância dos demais, em respeito às medidas de prevenção ao coronavírus.

Na Austrália, manifestantes lembraram que aborígenes são mais detidos do que o restante da população: 400 já morreram nas mãos da polícia nos últimos 30 anos.
Na Austrália, manifestantes lembraram que aborígenes são mais detidos do que o restante da população: 400 já morreram nas mãos da polícia nos últimos 30 anos. © REUTERS/Loren Elliott

Protestar em meio à pandemia

A frase “Não posso respirar”, dita por Floyd no momento em que tentava convencer o policial a retirar o joelho do seu pescoço, numa cena filmada por uma testemunha, se transforma em slogan dos protestos que ultrapassaram as fronteiras americanas.

Em Londres, duas manifestações estão marcadas: em frente ao Parlamento, neste sábado, e diante da embaixada dos Estados Unidos, no domingo 7. O governo britânico pediu à população para não participar dos atos, já que o Reino Unido é o segundo país mais atingido pela pandemia.

“Compreendo que as pessoas estejam profundamente indignadas, mas nós ainda enfrentamos uma crise sanitária e o coronavírus permanece uma ameaça real”, declarou o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock. “Portanto, por favor, para a segurança dos seus próximos, não participem a grandes aglomerações, inclusive protestos, de mais de seis pessoas”, disse, em referência ao limite de agrupamentos fixado durante a quarentena no país.

Manifestações ocorreram ainda em Manchester e Milton Keynes (Reino Unido), e na Alemanha.

Centenas de pessoas protestaram em Frankfurt, Alemanha, contra o racismo.
Centenas de pessoas protestaram em Frankfurt, Alemanha, contra o racismo. REUTERS - KAI PFAFFENBACH

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