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França/terrorismo

Ministra francesa das Forças Armadas pede que EUA mantenham apoio à luta contra terrorismo no Sahel

A ministra francesa das Forças Armadas, Florence Parly, pediu aos Estados Unidos nesta segunda-feira (27) que mantenham seu apoio militar ao combate contra os jihadistas na zona do Sahel. Ela não recebeu, entretanto, nenhuma garantia de Washington.

O secretário da Defesa americano Mark Esper e a ministra francesa das Forças Armadas, Florence Parly,em uma coletiva de imprensa
O secretário da Defesa americano Mark Esper e a ministra francesa das Forças Armadas, Florence Parly,em uma coletiva de imprensa OLIVIER DOULIERY / AFP
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“O apoio americano aos cerca de 4.700 soldados da operação Barkhane é essencial e sua redução limitaria a eficácia das nossas operações contra os terroristas”, declarou a ministra francesa, depois de um encontro no Pentágono com o secretário americano da Defesa, Mark Esper. Washington fornece à França, a partir de suas bases no Níger, um suporte logístico, de abastecimento aéreo e vigilância, com drones equipados de um sistema capaz de interceptar mensagens. Os soldados franceses atuam no Mali, no Níger e no Burkina Faso.

Em uma coletiva ao lado de Parly, Esper declarou que nenhuma decisão havia sido tomada. “Meu objetivo é ajustar nossa presença militar em vários locais”, declarou. Ele lembrou que os Estados Unidos querem “realinhar” suas forças no mundo em resposta à ameaça considerada “crescente” da China e da Rússia, em um contexto de concorrência entre as grandes potências. Essa reorientação estratégica, que afeta diretamente a guerra contra o terrorismo, preocupa a França.

“Tenho conversado com a ministra há meses e continuaremos a fazê-lo na hora de tomar as decisões”, declarou o secretário americano. “Tenho certeza de que manteremos nosso diálogo sobre essas questões”, disse a ministra francesa. Ela lembrou que a França é um dos parceiros mais “sólidos” dos Estados Unidos na luta contra grupos terroristas.

Recentemente, o chefe do Estado-Maior das Forças americanas, general Mark Milley, também declarou que os Estados Unidos pretendiam reduzir sua presença na África. A decisão acontece em um momento em que a França e seus parceiros africanos buscam aumentar os esforços comuns contra a ação dos grupos jihadistas na região do Sahel. Esse foi o resultado anunciado depois da reunião entre o presidente francês, Emmanuel Macron, e os líderes africanos, em 13 de janeiro.

Retirada americana “não tem sentido”

Na semana passada, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas francesas, François Lecointre, disse que os militares americanos presentes no Sahel “não veem nenhum sentido na retirada” porque os grupos ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico multiplicam os ataques na região africana e do Sahara. Há um risco real de que o grupo Estado Islâmico reconstitua seu “califado” perdido no Oriente Médio.

A decisão do Pentágono deve ser anunciada em março e pode ser influenciada pela agenda eleitoral de Trump, que prometeu trazer os soldados americanos para casa. E o chefe do Pentágono tende a corroborar os anúncios de Trump, como foi o caso da retirada precipitada dos soldados americanos do norte da Síria, em outubro.

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