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Mali/França

Colisão de helicópteros de franceses mortos no Mali não foi causada por tiros do grupo EI, diz general

O acidente entre dois helicópteros franceses que caíram no Mali na última segunda-feira (25), provocando a morte de 13 militares, não foi provocado por tiros dos jihadistas do grupo Estado Islâmico. É o que afirma o general francês François Lecointre, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas francesas, em entrevista exclusiva à RFI.

O General francês François Lecointre, chefe do Estado Maior das Forças Armadas francesas
O General francês François Lecointre, chefe do Estado Maior das Forças Armadas francesas RFI/G.NG
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De acordo com Lecointre, os dois helicópteros se chocaram em uma operação de combate complexa, “que necessita avaliar riscos e uma coordenação precisa”, declarou. “Essa coordenação, que se tornou complexa em um contexto de combate, e que faz parte do combate, acabou provocando o acidente”, explicou. “Os jihadistas estavam sendo perseguidos, por terra. Os helicópteros não bateram em retirada por conta de tiros”, disse.

Ele também lembrou que a investigação ainda não terminou e a análise das caixas-pretas dos aparelhos vão esclarecer, em detalhes, como os soldados morreram. “Devemos a verdade às famílias dos nossos companheiros”, acrescentou, reafirmando, entretanto, que os helicópteros não foram atingidos por tiros.

França não vai se retirar do Mali

O general francês também afirmou que a França não tem a intenção de se retirar do Mali. A presença francesa, disse, é fundamental, mas o país precisa do apoio de outros parceiros, principalmente europeus. Ele lembrou das vitórias das forças armadas francesas, ressaltando que as cidades de Bamako, Gao e Tombouctou já estão livre dos jihadistas.

O general François Lecointre também reagiu ao que qualificou de “sentimento antifrancês” na região africana do Sahel. De acordo com essa teoria, os franceses não estariam lutando contra o terrorismo. O motivo do engajamento do país nessa parte do continente africano seria o interesse em seus recursos naturais: petróleo, urânio e o ouro no norte do Mali.

“Não suporto mais esses rumores e essas acusações mentirosas. As forças armadas francesas estão no Mali para restaurar uma situação determinante para nossa segurança e para a segurança e a estabilidade de toda a Europa”, declarou. “É essa segurança que nos faz agir. Imaginar que estamos na África para explorar riquezas é ridículo”, disse.

A morte dos 13 militares franceses nesta segunda-feira no leste do Mali representa a maior perda para as forças francesas desde a morte dos 58 militares do atentado em Drakkar, em Beirute, em 1983. Nesta quinta-feira (28), o presidente francês Emmanuel Macron declarou que a França analisaria “todas as opções estratégicas” no Sahel. O país tem atualmente 4.500 militares na região do Saara.

O chefe de Estado não descartou explicitamente a hipótese de uma retirada das tropas da região. O general francês, entretanto acredita que isso não se concretizará, porque Macron pede aos aliados “que se impliquem mais na região.”

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