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Papa/ Segurança

As dificuldades da segurança de um papa que adora o contato com fiéis

Um aperto de mão excessivamente vigoroso quase o fez cair em 31 de dezembro na Praça São Pedro: o papa Francisco, que adora o contato físico, é uma dor de cabeça para seus guarda-costas.

O papa Francisco durante visita à Transilvânia, no centro-oeste da Romênia, em 1° de junho de 2019.
O papa Francisco durante visita à Transilvânia, no centro-oeste da Romênia, em 1° de junho de 2019. Inquam Photos/Octav Ganea via REUTERS A
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O primeiro papa latino-americano da história, muito menos reservado que o antecessor alemão Bento XVI, aperta mãos, abraça, e nem mesmo hesita em provar as bebidas que lhe são entregues.

A missa inaugural na Praça São Pedro, em 19 de março de 2013, deste ex-arcebispo de Buenos Aires, que era acostumado a pegar o metrô para visitar seus seguidores, foi o começo de um pesadelo para seus agentes de segurança.

Fora de questão para Francisco, que defende uma Igreja transformada em um "hospital de campanha", afastar as pessoas comuns atrás dos cordões de isolamento. “É preciso respeitar o estilo pessoal de cada papa. Os oficiais de segurança sabem que não cabe a eles decidir", disse seu porta-voz na época, o padre Federico Lombardi.

O outro lado da moeda

Depois de quase sete anos de pontificado, o papa conheceu o outro lado da moeda. Ele teve que se desculpar na quarta-feira (1°) por ter "perdido a paciência" com uma fiel que o puxou violentamente para cumprimentá-lo na Praça São Pedro.

Visivelmente irritado, ele conseguiu se soltar com várias pequenas batidas no braço da mulher com traços asiáticos. "Muitas vezes perdemos a paciência. Isso acontece comigo também", admitiu Francisco no dia seguinte, enquanto as imagens da cena circulavam pelo mundo.

Em fevereiro de 2016, durante uma missa no México em um estádio, ele se irritou com um devoto excessivamente entusiasmado que o fez cair sobre uma criança em cadeira de rodas.

Na Praça São Pedro, a polícia italiana ajuda a segurança do Vaticano, além dos famosos guardas suíços, muitas vezes com roupas civis. Mas todos devem cumprir o desejo do papa de ser livre em seus movimentos.

Um pouco demais para o gosto do "comandante Alfa", codinome do fundador do Gis, um corpo de elite dos carabineiros italianos, cuja verdadeira identidade é desconhecida. "Cabe à segurança do papa pedir desculpas", disse ele à agência italiana Agi, acusando-a de ter relaxado "talvez pela rotina" ou "falta de concentração".

Adaptar-se ao inesperado

Uma unidade de guarda-costas da segurança do Vaticano segue constantemente o papa, inclusive no exterior. São os agentes que vemos correndo ao lado do carro do papa. Extremamente treinados, eles às vezes precisam se adaptar ao inesperado.

Como em janeiro de 2018, quando o papa fez parar o comboio que o transportava pela cidade de Iquique, no norte do Chile, para ajudar uma policial que acabara de cair de seu cavalo.

Mais preocupante, o líder de mais de um bilhão de católicos foi alvo de vídeos de propaganda de radicais islâmicos. "Pode ser apenas uma questão de tempo até que esse ataque ocorra em Roma. Mas estamos preparados para isso", disse Christoph Graf, comandante da guarda suíça, em 2017.

Os soldados responsáveis pela proteção do Vaticano recebem agora um treinamento mais severo. Vários incidentes graves já envolveram papas dos tempos modernos. O mais grave continua sendo o ataque a João Paulo II em 1981, quando o turco Mehmet Ali Agca, misturado à multidão, atirou, ferindo-o seriamente.

Em 2007, um alemão tentou pular no “papamóvel” de Bento XVI na Praça São Pedro e, no Natal de 2009, uma mulher o jogou no chão na Basílica.

Desde o ataque de 1981, o papamóvel é blindado e os fiéis que desejam participar de eventos na Praça São Pedro ou na Basílica passam por detectores de metal.

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