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O Mundo Agora

Redes sociais criam globalização mais profunda que a do século 20

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Não há mais dúvida: estamos mudando de civilização. É uma nova era da história na humanidade. As novas tecnologias estão impactando todos os campos da nossa vida social. Nos próximos dez anos, vamos viver explosões de novidades “disruptivas”: automóveis autônomos sem volante, cirurgias à distância, remédios revolucionários, cidades “inteligentes”, energias limpas, produção conectada e robotizada, drones civis, inteligência artificial programando boa parte das nossas ações e até gostos pessoais.

Redes sociais promovem um novo tipo de globalização, mais profunda do que a que caracterizou o século 20.
Redes sociais promovem um novo tipo de globalização, mais profunda do que a que caracterizou o século 20. AFP Photos/Tauseef Mustafa
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As redes sociais estão interconectando todos os seres humanos. Não se trata do fim da globalização como várias Cassandras vêm vaticinando. É só outra globalização, muito mais profunda do que a velha interdependência das cadeias produtivas de massa do século XX.

As nossas maneiras de fabricar, consumir, se comunicar e até governar estão cada vez mais longe do modelo dos últimos cem anos. Hoje, o abismo que separa os jovens e as gerações mais velhas é mais violento do que aquele das grandes revoltas dos anos 1960-70. É tão grande quanto aquele que dividia as sociedades nos princípios da segunda revolução industrial no início do século passado.

Essas mudanças radicais vêm acompanhadas de uma consciência aguda de que o modelo de produção de massa para o consumo de massa bateu no teto. O planeta não aguenta mais o crescimento industrial sem limites. A natureza está nos lembrando que ela também existe.

Aquecimento global acelera transformações

O aquecimento climático está acelerando e ameaça transformar brutalmente o ecossistema planetário e a sobrevivência não só de boa parte das espécies animais, mas também a da humanidade inteira. Não dá mais para tapar o sol com peneira.

Apesar dos surtos de nacionalismo, xenofobia e das novas guerras de religião, nunca dependemos tanto uns dos outros. O planeta é um só e a juventude em todas as partes do mundo não está mais a fim de sacrificar a sua vida futura só para manter o crescimento econômico e as oportunidades de negócios de seus pais.

Chegou a hora de inventar um jeito de administrar o globo terrestre inteiro e não mais simplesmente o próprio rincão, país ou continente. A Terra é uma só e nunca a humanidade se sentiu tão dependente e prisioneira desse habitat sideral.

Por enquanto, as reações vão desde a negação desta realidade até a criação de um governo que seria capaz de impor políticas obrigatórias para salvar o meio ambiente. Entre avestruz e totalitarismo “verde”. A aceleração da inovação abre um novo caminho: uma solução tecnológica para o problema.

Nova relação de produção e consumo

Empresas, governos ou simples cidadãos estão buscando, freneticamente, novas energias, novas formas – mais limpas – de organizar as relações de produção e de consumo. É uma corrida contra o tempo. Entre a invenção de uma nova civilização adaptada aos desafios contemporâneos, e uma catástrofe planetária que engolfaria todos.

Mas a ideia de que chegamos no fim da nossa jornada de expansão territorial, que não existe mais terras a conquistar, e que não há saída senão controlar e administrar o nosso pequeno globo terrestre é insuportável. A liberdade que garante todas as outras é a de ir e vir. Sem mobilidade os seres humanos se sentem enjaulados.

Não é por acaso que se multiplicam os projetos de colonização de outros corpos celestes. Desde o governo de Barack Obama, o espaço está sendo privatizado. Em vários países com tecnologia espacial, empresas privadas estão trabalhando para criar bases habitadas permanentes na Lua ou em Marte. Outras já querem explorar minérios raros em asteroides. É como se os mais aventureiros e decididos quisessem escapar da prisão terráquea para inventar uma nova vida com mais oportunidades e desafios que não encontram mais por aqui.

Como no século XV na Europa, quando centenas de milhares de pessoas fartas de viver em mundos tristes e sem saída, decidiram arriscar tudo em frágeis caravelas. Descobrindo as Américas e as Índias. Só para mudar de vida.

 

 

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