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Linha Direta

Macron lança debate interno na UE para combater populismo

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É cada vez maior o sentimento de desconexão entre o cidadão europeu e as decisões tomadas pelas instituições em Bruxelas. Para estreitar os laços e lutar contra o extremismo, o presidente francês, Emmanuel Macron propôs a promoção de debates internos para criar uma Europa voltada para o futuro e protetora de seus cidadãos.

O presidente francês Emmanuel Macron, em 29 de março de 2018 em Paris
O presidente francês Emmanuel Macron, em 29 de março de 2018 em Paris Laurent/Pool via Reuters
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Letícia Fonseca, correspondente da RFI em Bruxelas

A Europa sempre foi destaque para o presidente francês Emmanuel Macron, desde a campanha que o levou ao Eliseu. Um de seus projetos mais ambiciosos é a ideia de refundar a Europa, de que a União Europeia passe por uma profunda transformação para combater o populismo e a extrema-direita no continente. Para Macron, a Europa atual é muito frágil, lenta e ineficaz.

O líder francês vislumbra uma Europa soberana que proteja seus cidadãos diante de grande desafios. O processo de consultas aos cidadãos europeus estão sendo chamados de convenções democráticas, e visa discutir as prioridades, aspirações e preocupações nas ruas, para discutir o futuro da União Europeia.

Consultas populares

As consultas populares serão organizadas em vinte e seis países da União Europeia para preparar a campanha das próximas eleições europeias, em maio do ano que vem. Cada país irá organizar suas consultas, entre abril e outubro. O Reino Unido, que deixa o bloco em 2019, e a Hungria, não vão participar desta iniciativa, que será lançada pelo presidente francês Emmanuel Macron, no dia 17 de abril, diante do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

A intenção de Macron é que os governos do bloco promovam debates internos sobre a União Europeia, com o objetivo de estreitar os laços entre os cidadãos e as instituições em Bruxelas. A França pretende estimular associações locais e parlamentares, câmaras de comércio e indústrias, escolas e universidades, think tanks, sindicatos a se envolverem no projeto.

O debate deve ser livre para dar espaço à manifestação de diferentes convicções e ideias. A síntese destas consultas populares deverá ser analisada pelos governantes do bloco no último Conselho Europeu do ano, em dezembro.

Entre os temas mais relevantes nas consultas populares estão questões sobre emprego, zona euro, mercado único europeu, luta contra o terrorismo, defesa europeia, política de migração de asilo, política comercial, expansão do bloco, segurança alimentar, mudanças climáticas, entre outros.

Depois das crises vividas pela União Europeia, o projeto de refundar o bloco através do diálogo ganhou força. Segundo Macron, “se os europeístas não a refundarem, aqueles que prometem o ódio, as divisões e a retração nacional o farão”.

Campanha pedagógica

O líder francês acredita que para renovar o Parlamento Europeu nas eleições do próximo ano é preciso fazer esta campanha pedagógica envolvendo os cidadãos. Atualmente, o legislativo do bloco é dominado por duas bancadas, a democrata-cristã e a socialista. Com as consultas populares, Macron quer repetir a fórmula vitoriosa que permitiu a renovação da Assembleia Nacional.

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