Rússia suspende bombardeios contra Aleppo, na Síria
A Rússia suspendeu na manhã desta terça-feira (18), quando eram 5h em Brasília, os ataques aéreos contra Aleppo, 48 horas antes da trégua anunciada na cidade síria. A Força Aérea Síria também respeita a suspensão dos ataques, informou o ministro da Defesa russo, Serguei Choigou. A medida visa facilitar a organização de uma pausa humanitária de oito horas, prevista na quinta-feira (20).
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O ministro russo informou que na quinta-feira, os feridos e civis poderão passar por seis corredores delimitados nos bairros do leste, controlados pelos rebeldes. Outros dois corredores poderão ser usados por rebeldes que quiserem deixar a cidade com suas armas.
Moscou diz que as tropas sírias ficarão à distância dos combatentes, e ainda exortou os Estados Unidos e outros países que apoiam os rebeldes a convencer os chefes de guerra a deixar a cidade.
ONU considera pausa humanitária insuficiente
Para a chefe da diplomacia europeia, essa "pausa humanitária" é uma "etapa positiva". A ONU já é mais crítica, considerando o tempo insuficiente para socorrer os milhares de civis provados de água e comida em Aleppo.
O governo russo diz que a suspensão dos bombardeios com antecedência deve facilitar as discussões previstas para a quarta-feira (19) em Genebra. A reunião deve definir quem faz parte da oposição moderada e quem são os terroristas, no jargão de guerra russo, em Aleppo.Na segunda-feira à noite, o embaixador russo na ONU, Vitali Churkin, anunciou que Arábia Saudita e Catar aceitaram participar nas conversações com Estados Unidos e Rússia para permitir um avanço sobre o tema.
Antes da suspensão dos ataques nesta madrugada, os bombardeios russos continuaram intensos e mataram pelo menos um casal e seus três filhos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Desde 22 de setembro, as forças sírias e a aliada Rússia atacam intensamente os bairros rebeldes da zona leste de Aleppo, onde moram 250.000 habitantes. Mais de 430 pessoas morreram desde então. O conflito sírio, iniciado em março de 2011 após a sangrenta repressão de manifestações pró-democracia pelo regime de Bashar al-Assad.Síria, já deixou mais de 300 mortos.
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