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Guerra

Entenda quem são e o que querem os grupos combatendo na Síria

O conflito na Síria começou em março de 2011 com protestos pacíficos contra o governo do presidente Bashar al-Assad e acabou se transformando em uma guerra maior, envolvendo grupos jihadistas, além de forças regionais e internacionais. Mais de 290 mil pessoas morreram neste conflito que, a partir desta semana, com a entrada da Turquia, se tornou ainda mais complexo, já que os turcos combatem tanto o grupo Estado Islâmico quanto os curdos.

Membros da polícia curda YPG reunidos em uma rua na cidade síria de Hasakeh.
Membros da polícia curda YPG reunidos em uma rua na cidade síria de Hasakeh. DELIL SOULEIMAN / AFP
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Quem luta contra quem

Regime contra rebeldes

É a principal batalha da guerra, reunindo cerca de 300 mil soldados do exército sírio sob Bashar al-Assad e suas forças aliadas contra diversos grupos rebeldes de dentro do país, além de jihadistas estrangeiros.

O maior grupo rebelde é o Exército da Conquista, que reúne facções islâmicas como Ahrar al-Sham e Faylaq al-Sham, além de grupos jihadistas como a Frente Fateh al-Sham, antes chamada Al-Nusra Front, quando ainda mantinha afiliação à Al-Qaeda.

A principal frente de batalha é a cidade de Aleppo, que está dividida entre os dois lados, mas cercada pelas forças do governo sírio, que também tenta retomar a Ghouta Leste, ao lado de Damasco, atualmente controlada pelo grupo rebelde Jaish al-Islam.

Regime contra grupo Estado Islâmico

Exército sírio sob Bashar al-Assad contra o principal grupo jihadista, que atua em diversos pontos do país, com objetivo de fundar um califado em territórios da Síria e do Iraque. As forças sírias expulsaram os jihadistas da cidade histórica de Palmira em março de 2016.

Regime contra curdos

Os curdos são um povo sem país que vive em partes da Síria e da Turquia, entre outros países, e estão no fogo cruzado da guerra. Os curdos da Síria vinham se mantendo longe do conflito entre governo e rebeldes, mas neste mês Bashar al-Assad bombardeou pela primeira vez as forças curdas em Hasakeh, cidade que era controlada conjuntamente pelos curdos e pelo regime. Os curdos agora controlam 90% de Hasakeh.

Curdos contra o grupo Estado Islâmico

Os curdos da Síria conquistaram uma região semi-autônoma no norte e nordeste do país, com a sua Unidade de Proteção Popular (YPG), e assim se tornaram um parceiro fundamental da coalizão liderada pelos Estados Unidos no combate ao grupo Estado Islâmico. Desde janeiro de 2015, o YPG conseguiu expulsar o grupo das cidade de Cobane e Manibj, na província de Aleppo, além de Tal Abyad, na província de Raqa, e grande parte da província de Hasakeh. O YPG também é parte das Forças Democráticas Sírias (SDF), que reúne diversas facções combatendo o grupo EI.

Grupo EI contra rebeldes

Os jihadistas do EI consideram inimigos todos aqueles que não se aliam ao seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi. Por isso combatem grupos rebeldes sírios e até mesmo outros grupos jihadistas. Os rebeldes apoiados pela Turquia participaram nesta semana da retomada da cidade fronteiriça de Jarabulus, antes dominada pelo grupo EI.

Quem apoia quem?

Regime sírio

O exército é reforçado por 200 mil forças irregulares, principalmente das Forças de Defesa Nacional. Também luta ao lado de cerca de 8 mil forças do Hezbollah, a poderosa milícia xiita do Líbano, além de soldados do Irã, do Iraque e do Afeganistão. A Rússia se tornou um apoiador-chave e fez ataques aéreos em apoio a Bashar al-Assad em setembro de 2015, além de ajudar Damasco a recuperar diversas províncias rebeldes. O Irã é outro aliado fundamental, provendo apoio financeiro e militar.

Rebeldes

As facções de oposição consideradas “moderadas” são apoiadas pelo Ocidente, principalmente por Estados Unidos, França e Reino Unido, mas os rebeldes reclamam do pouco suporte. Turquia, Arábia Saudita e Qatar apoiam não só a oposição ao governo, mas também outras facções islâmicas.

Curdos

Os curdos da Síria são um parceiro-chave da coalização contra o grupo Estado Islâmico liderada por Washington, mas a Turquia considera o YPG um braço do Partidos dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), grupo que reúne curdos turcos e é classificado por Ancara como terrorista.

Jihadistas

Nenhum país abertamente apoia os jihadistas da Fateh al-Sham e do grupo Estado Islâmico, mas este último obtêm dinheiro de impostos e recursos dos territórios que controla na Síria e no Iraque.

Quem controla o quê?

Regime sírio

O governo de Bahsar al-Assad controla cerca de 35% do país, incluindo áreas estratégicas como a capital Damasco, Homs e Hama, a costa e uma grande parte de Aleppo. 60% da população vive sob as leis do regime.

Grupo Estado Islâmico

Apesar das perdas desde 2015, o grupo controla cerca de 35% da Síria, a maior parte regiões inabitadas. Eles dominam a província de Deir Ezzor, na fronteira com o Iraque, e a província de Raqa. Também estão presentes em diversas outras regiões.

Curdos

Controlam 18% do território sírio, incluindo três quartos da fronteira entre o país e a Turquia. Eles declararam uma região federal nas áreas em que controlam.

Fateh al-Sham e outros rebeldes

Dominam cerca de 12% do território. A maior parte está na província de Idlib, controlada pela aliança Exército da Conquista.

O que quer cada um?

Regime sírio

O presidente Assad diz que quer retomar o controle de todo o país e não vai desistir.

Rebeldes

Querem derrubar Assad, mas discordam sobre o futuro do país. O Fateh al-Sham, por exemplo, quer um instalar um emirado islâmico.

Curdos

Querem uma região autônoma nas áreas em que são maioria, o chamado Curdistão.

Grupo Estado Islâmico

Quer expandir o seu autoproclamado “califado” nos territórios que controla na Síria e no Iraque.

Estados Unidos

Washington quer que Assad saia do poder, mas seus esforços agora estão concentrados na luta contra o grupo Estado Islâmico.

Rússia

Moscou insiste que Assad não vai ser derrubado e busca uma vitória diplomática ao competir com Washington na elaboração das negociações entre o regime e os rebeldes.

Irã

Quer proteger seu aliado Assad e reforçar seu papel no mundo árabe.

Turquia

Ancara apoia a oposição, mas passa a maior parte do tempo tentando evitar que os curdos criem a sua própria região autônoma.

 

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