Bomba caseira fere ao menos 28 opositores na Tailândia

Ao menos 28 pessoas ficaram feridas em uma explosão durante manifestação contra o governo da primeira ministra Yingluck Shinawatra, em Bangcoc. De acordo com o órgão que coordena os hospitais na Tailândia, nenhuma das vítimas corre risco de morte. A bomba caseira foi atirada por desconhecidos contra a passeata conduzida pelo líder do movimento opositor, Suthep Thaugsuban, que estaria a menos de 30 metros do local da explosão.

Opositores tentam entrar em prédio abandonado de onde a bomba teria sido atirada REUTERS/Paul Barker

O chefe da oposição, que conclamou seus correligionários a parar a capital até que Shinawatra renuncie o comando do país, não se feriu. Pouco antes do atentado, o ministro das Relações Exteriores, Surapong Tovichakchaikul, havia dito que "já era hora" de o governo retomar o controle de Bangcoc.

A declaração demonstra a crescente impaciência das autoridades com a mobilização dos opositores, que bloqueiam o acesso a alguns ministérios e controlam diversas vias da capital. A contestação já dura dois meses e meio e deixou oito mortos. Yingluck Shinawatra, que a oposição acusa de ser um fantoche de seu irmão exilado, Thaksin, dissolveu o Parlamento e convocou eleições antecipadas para fevereiro para tentar resolver a crise política. Mas a oposição pretende boicotar o pleito.

A chefe de governo e seu partido Puea Thai teriam grandes chances de ganhar a votação graças ao forte apoio que têm entre os meios popular e rural, especialmente no norte do país. A oposição, composta em sua maioria por monarquistas e membros da classe média urbana, pretende interromper o predomínio da família Shinawatra na cena política tailandesa.

Além da bomba, houve violência no bairro que abriga os prédios públicos. Centenas de motociclistas e motoristas tentavam chegar ao serviço de emissão de passaportes, bloqueado pelos manifestantes. Ocorreram confrontos entre os dois grupos, mas não há informações sobre feridos.