ONU deve aprovar intervenção da França na República Centro-Africana
O Conselho de Segurança da ONU deverá aprovar nesta quinta-feira (5) uma resolução autorizando uma intervenção militar da França na República Centro-Africana, país que vive uma onda de violência sem precedentes há oito meses. Pelo menos 1200 soldados franceses vão participar da operação, que deve começar nos próximos dias segundo o chanceler francês Laurent Fabius.
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De acordo com o ministro francês, os detalhes da intervenção serão discutidos com o presidente francês François Hollande nesta sexta-feira e sábado durante a Cúpula Franco-africana sobre Paz e Segurança.
A França irá apoiar a força africana conhecida como MISCA, que possui 2500 homens. Mais de 450 militares franceses já estão no país. "Queremos evitar os dramas humanitários e reestabelecer a segurança. Em seguida, vamos ajudar na transição democrática e na organização de novas eleições", declarou o ministro.
A resolução da ONU, apresentada pela França, deve ser aprovada por unanimidade pelos 15 membros do Conselho de Segurança. Ela dá poderes para a MISCA, as forças da União Africana na República Centroafricana, agir por um período de 12 meses com uma cláusula de revisão em seis meses.
A missão será de proteger civis, restabelecer a ordem e estabilizar um país que mergulhou no caos após a queda do presidente François Bozizé, em março, destituído pela coalizão rebelde Seleka.
O texto da resolução autoriza as forças francesas a tomar todas as medidas necessárias para apoiar a MISCA, uma força considerada mal equipada.
O contingente militar francês vai passar de 450 a 1.200 homens. Eles vão atuar principalmente na segurança do aeroporto de Bangui e das rodovias para garantir o acesso de ajuda humanitária. A resolução prevê o recurso à força, em caso de necessidade, e uma eventual transformação da MISCA em operação de manutenção de paz da ONU.
Mas alguns países, como os Estados Unidos, relutam em lançar a ONU em nova operação complexa e perigosa na África. A espiral de violência continua no país. Na noite de segunda-feira, 12 agricultores muçulmanos foram assassinados a machadadas perto de Bangui.
A capital convive neste momento com ataques de grupos armados.
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