Acessar o conteúdo principal
Síria/Conflito

Obama pede a Senado "pausa" para avaliar proposta russa sobre Síria

O presidente americano, Barack Obama, pediu nesta terça-feira, 10 de setembro de 2013, aos senadores americanos que avaliem a credibilidade de um eventual plano internacional visando neutralizar o estoque de armas químicas sírias e adiem a votação sobre uma ação militar contra o regime de Bashar al-Assad até pelo menos a próxima semana. A Síria afirmou nesta terça-feira estar disposta a assinar a convenção proibindo o uso de armas químicas e colocar seu arsenal sob controle internacional.

O presidente americano, Barack Obama, caminha nos corredores do Capitólio entre seus encontros com democratas e republicanos sobre a crise síria nesta terça-feira, 10 de setembro de 2013.
O presidente americano, Barack Obama, caminha nos corredores do Capitólio entre seus encontros com democratas e republicanos sobre a crise síria nesta terça-feira, 10 de setembro de 2013. Reuters
Publicidade

Barack Obama se encontrou a portas fechadas com senadores democratas e republicanos. Na saída, eles concordaram que a melhor estratégia é não votar imediatamente e esperar que Washington e Moscou cheguem a um consenso sobre a melhor maneira de fazer com que Damasco abra mão do controle sobre suas armas químicas.

"É importante que isso seja feito bem, e não rapidamente", declarou Harry Reid, líder da maioria democrata. É ele quem decide os temas que entram na pauta de votação.

"O melhor é fazer uma pausa, para que possamos compreender se é crível ou não", disse o republicano Bob Corker, um dos principais negociadores sobre esse tema.

Inicialmente, os senadores deviam começar a votar nesta quarta-feira uma resolução autorizando o presidente a lançar o ataque contra a Síria, mas essa votação foi adiada indefinidamente na segunda-feira após a proposta russa de neutralizar, sob controle internacional, as armas químicas sírias.

Segundo fontes anônimas do Senado, um novo projeto de resolução estaria sendo elaborado por um grupo de democratas e republicanos, incluindo John McCain e Robert Menendez, para condicionar a intervenção militar ao respeito de um eventual plano de desarmamento, com uma data limite.

De acordo com as mesma fontes, o Senado pediria que a ONU vote uma resolução incluindo um processo de inspeção, um acesso a todos os depósitos de armas químicas, garantias para a livre circulação dos inspetores, medidas imediatas para que Bashar al-Assad comece a transferir para o controle internacional seu arsenal, e "consequências claras" caso essas condições não sejam respeitadas.

Essas negociações acontecem no momento em que as chances de uma autorização imediata do recurso à força diminuem no Senado e particularmente na Câmara dos Representantes, onde apesar do apoio do presidente republicano, John Boehner, muitos se declararam contrários.

Convenção internacional

A Síria afirmou nesta terça-feira estar disposta a assinar a convenção Internacional proibindo o uso de armas químicas e colocar seu arsenal sob controle internacional, de acordo com uma proposta russa. A declaração foi feita pelo ministro sírio das Relações Exteriores, Walid Muallem, diretamente de Moscou.

Uma reunião do Conselho de Segurança da ONU prevista para esta terça-feira em Nova York foi adiada. O encontro devia ser dedicado à proposta russa de colocar o arsenal químico sírio sob controle internacional. Mas em um projeto de resolução que devia acompanhar o plano os Estados Unidos, a França e a Grã-Bretanha fazem questão de designar o regime de Bashar al-Assad como o responsável pelo ataque químico de 21 de agosto na periferia de Damasco. Uma afirmação que os russos consideram "inaceitável".

O presidente da França, François Hollande, único aliado dos americanos disposto a participar de uma ação militar, convocou para amanhã de manhã um conselho de Defesa. Em uma conversa telefônica nesta terça-feira com Barack Obama, os dois líderes enfatizaram que é preciso manter a pressão sobre Damasco.

Já a oposição síria, que pede há meses uma intervenção estrangeira, qualificou a proposta russa de "manobra política". O Conselho de Cooperação do Golfo, principal apoio financeiro dos rebeldes, afirmou que o plano não garante o fim do conflito no país.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.