Congresso americano adia votação sobre ação militar para avaliar proposta russa

A China anunciou nesta manhã apoio à proposta da Rússia de manter sob controle o arsenal de armas químicas do regime sírio. Para Pequim, a iniciativa deve aliviar a tensão e levar à uma solução política para a crise. O Congresso americano, que deveria votar amanhã o projeto de intervenção de Barack Obama, pediu mais tempo para avaliar a proposta russa.

Manifestante anti-Assad protesta em frente ao Congresso americano, nesta segunda-feira, 9 de setembro de 2013. REUTERS/Kevin Lamarque

A França vai apresentar hoje ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que prevê o controle e o desmantelamento das armas químicas do regime sírio sob a tutela da Organização para Proibição de Armas Químicas.

A oposição síria considera a iniciativa russa uma "manobra política" que visa criar discussões inúteis. Em um comunicado divulgado na noite desta segunda-feira, a oposição síria exige da comunidade internacional uma "resposta" contra o regime de Bashar al-Assad, acusado de promover ataques químicos contra seus adversários como o do dia 21 de agosto, nos arredores de Damasco.

A iniciativa da Rússia deu novo rumo ao debate no Congresso americano, que voltou ontem do recesso, e se reuniu pela primeira vez para discutir a proposta de intervenção da Casa Branca. Havia expectativa de voto na quarta-feira, mas os congressistas pediram mais tempo para poder analisar a proposta russa.

O presidente dos Estados Unidos continua com sua ofensiva diplomática para ter apoio de seu país para ir adiante com a operação militar. Ontem, Obama deu entrevista para seis emissoras de televisão, na tentativa de convencer a opinião pública americana, contrária à intervenção, sobre a necessidade de punir o regime de Bashar al-Assad. 

Hoje, Obama fará um pronunciamento à nação. Uma pesquisa da CNN mostrou que em cada 10 americanos, 8 acreditam que Assad usou armas químicas contra a população. Mesmo assim, 59% não querem que o Congresso aprove esse ataque. Muitos não acreditam que os objetivos americanos serão alcançados; outros acham que não é do interesse dos Estdaos Unidos se envolver nessa guerra civil síria. Os americanos estão cansados da guerra. Tropas continuam lutando no Afeganistão depois de quase 12 anos de ocupação. Já no Iraque, é consenso que a invasão americana foi um fiasco.