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Síria/Conflito

Após partida de inspetores da ONU, regime sírio espera ataque ocidental

As autoridades sírias esperam um ataque ocidental a qualquer momento após a partida, neste sábado, 31 de agosto de 2013, dos inspetores da ONU. França e Estados Unidos se mostram determinados em agir contra o regime, acusado de ter matado centenas de pessoas em um ataque químico. O presidente russo, Vladimir Putin, pediu que os americanos apresentem ao Conselho de Segurança da ONU as provas sobre a responsabilidade do governo sírio nesse ataque.

Mesquita danificada por bombardeios em Deir Ezzor, sexta maior cidade da Síria; enquanto as potências ocidentais planejam uma intervenção militar, o conflito continua fazendo vítimas no país.
Mesquita danificada por bombardeios em Deir Ezzor, sexta maior cidade da Síria; enquanto as potências ocidentais planejam uma intervenção militar, o conflito continua fazendo vítimas no país. Reuters
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Embora outras grandes potências - Reino Unido, Rússia e China - se oponham a uma intervenção militar no conflito sírio, os presidentes americano, Barack Obama, e francês, François Hollande, querem mandar uma "mensagem forte" ao regime do presidente Bashar al-Assad, que eles consideram responsável pelo ataque realizado em 21 de agosto perto de Damasco.

O poder sírio, que negou ter recorrido a armas químicas e responsabilizou os rebeldes pelo ataque, qualificou de mentiroso o relatório dos serviços de informação americanos sobre o envolvimento do exército nesse ataque que deixou 1429 mortos, incluindo 426 crianças, segundo Washington.

Após a partida na manhã deste sábado dos inspetores da ONU em Damasco, que foram para o Líbano, uma autoridade síria afirmou à agência France Presse que espera "uma agressão a qualquer momento" e repetiu que seu país está "pronto para responder a qualquer momento".

Muitos sírios que possuem carros também estão atravessando a fronteira com o Líbano, temendo um ataque americano. As ruas de Damasco amanheceram desertas neste sábado. 

Durante quatro dias de investigações, os especialistas da ONU visitaram os locais onde ocorreu o ataque com armas químicase hospitais, recolhendo amostras de sangue, urina e cabelo das vítimas.

A análise dessas amostras deve levar semanas, mas os inspetores farão um relatório preliminar ao secretário-geral da ONU, Bank ki-Moon, em Nova York.

No entanto, os Estados Unidos explicaram que não esperam grande coisa desse relatório e garantem que já possuem todas as informações.

Nesta sexta-feira Obama condenou a "impotência" do Conselho de Segurança da ONU, que não conseguiu chegar a um consenso desde o início do conflito na Síria, em março de 2011.

Por sua vez, o regime sírio rejeitou antecipadamente todo "relatório parcial" dos inspetores da ONU.

Rússia

O presidente russo Vladimir Putin afirmou neste sábado, 31 de agosto de 2013, que a cúpula do G20 em São Petersburgo nos dias 4 e 5 de setembro poderia ser uma ocasião para dicutir sobre a crise síria.

A Rússia exprimiu claramente sua oposição a uma eventual intervenção militar americana a fim de punir o presidente sírio Bashar al-Assad após os ataques químicos da semana passada contra um bairro na periferia de Damasco.

O líder russo pediu que os Estados Unidos apresentam ao Conselho de Segurança da ONU as provas de que dispõem para acusar o regime sírio.

Ele acrescentou que o uso de armas químicas pelo exército sírio seria "um completo absurdo" e avaliou que uma ação militar sem a autorização do Conselho de Segurança seria "extremamente lamentável".

Putin disse ainda que Barack Obama, ganhador do prêmio Nobel da Paz, deveria pensar sobre as vítimas potenciais antes de dar seu aval a um ataque contra a Síria.
 

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