OTAN não participará de intervenção na Síria

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não participará de uma eventual intervenção militar na Síria, declarou nesta sexta-feira o secretário-geral do órgão, Anders Fogh Rasmussen à imprensa dinamarquesa. Apesar de qualificar o uso de armas químicas como um ato "horrível e aterrorizante", ele disse não ver "papel para a OTAN em uma reação internacional ao regime" sírio.

O secretário-geral da OTAN, Anders Fogh Rasmussen REUTERS/Yves Herman

"Recorrer às armas químicas é uma flagrante violação das normas internacionais, um crime que não pode ser ignorado", classificou Rasmussen. De acordo com ele, o ato "exige uma resposta internacional, de forma que não volte a acontecer". O secretário geral da OTAN também insistiu na necessidade de encontrar uma solução política para o conflito sírio.

Rasmussen também denunciou a responsabilidade do governo: "Não tenho nenhuma dúvida de que o regime realizou um ataque químico", afirmou. "Quando vemos quem dispõe de estoques de produtos químicos e quem tem os meios para utilizá-los, podemos muito bem afirmar que é o regime. Há poucas evidências de que a oposição teria condições de realizar um ataque como este".

Sintomas neurotóxicos
Uma missão da ONU visitou os locais onde ataques do tipo teriam acontecido no último dia 21, na periferia de Damasco. De acordo com a oposição síria, mais de 1,3 mil pessoas morreram em Muadamiyat al-Cham e na Ghuta oriental, duas áreas controladas por rebeldes, a oeste e leste da capital, respectivamente.

Cerca de 355 pacientes que apresentavam "sintomas neurotóxicos" morreram em hospitais, onde eram assistidos por voluntários dos Médicos sem Fronteiras. A denúncia foi feita pela própria ONG.