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Egito/Crise política

Justiça egípcia prolonga detenção de ex-presidente Mursi

A justiça egípcia anunciou nesta segunda-feira, 12 de agosto de 2013, a prolongação por mais 15 dias da prisão preventiva do ex-presidente Mohamed Mursi, destituído e preso pelas Forças Armadas no dia 3 de julho, suspeito de cumplicidade em operações que deixaram vários mortos no início de 2011.

Mulheres da Irmandade Muçulmana e partidários do presidente egípcio deposto Mohamed Mursi pedem a sua volta neste domingo, 11 de agosto de 2013, nos arredores da Universidade do Cairo.
Mulheres da Irmandade Muçulmana e partidários do presidente egípcio deposto Mohamed Mursi pedem a sua volta neste domingo, 11 de agosto de 2013, nos arredores da Universidade do Cairo. REUTERS/Mohamed Abd El Ghany
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Mursi continua preso em um local mantido secreto pelo exército. Ele foi formalmente colocado em regime de prisão preventiva no dia 26 de julho e acusado de implicação em supostas operações do movimento radical palestino Hamas durante a revolta contra o presidente Hosni Mubarak em 2011.

As acusações abordam sobretudo a ajuda que teria sido dada a Mursi pelo Hamas para que ele pudesse fugir de uma prisão onde o regime de Mubarak o teria encarcerado no início de 2011.

Um tribunal egípcio havia estabelecido no dia 23 de junho que o Hamas, movimento no poder na Faixa de Gaza, e o Hezbollah, movimento xiita libanês, estavam implicados nessa fuga da prisão de Wadi Natroun, no noroeste da capital.

Na época, Mursi havia garantido que ele e outros 33 integrantes da Irmandade Muçulmana presos não tinham fugido mas que "habitantes tinham aberto as portas" da prisão.

Segundo fontes dos serviços de segurança, milhares de prisioneiros dominaram os carcereiros da penitenciária e se espalharam pelas cidades e vilarejos dos arredores.

Muitos outros dirigentes da Irmandade Muçulmana também estão em regime de detenção provisória ou são procurados pela justiça.

Várias autoridades da confraria, incluindo o guia supremo Mohamed Badie, devem ser julgados a partir do dia 25 de agosto por "incitação ao assassinato" de manifestantes contrários a Mursi.

Violência

Essa decisão da justiça pode aumentar a determinação dos milhares de partidários do presidente deposto que pedem o retorno dele ao poder, bem no momento em que a polícia anuncia uma operação iminente mas "gradual" contra suas vigílias.

A comunidade internacional, que tentou em vão atuar como mediadora entre a Irmandade Muçulmana e o governo interino, teme um novo derramamento de sangue no país.

Apesar das ameaças, centenas de manifestantes desfilaram no centro do Cairo, empunhando bandeiras egípcias e retratos de Mursi. O cortejo chegou até o bairro onde fica a praça Tahrir, epicentro da revolta de 2011 e das manifestações contra Mursi que levaram o exército a depor o primeiro presidente democraticamente eleito do país.

A Irmandade Muçulmana repete que as vigílias organizadas em dois pontos da capital são pacíficas. Nesta madrugada, um de seus líderes convocou os partidários de Mursi a ocuparem "todas as praças do país". A confraria exige a libertação de Mursi e dos outros dirigentes presos.

Já os opositores de Mursi o acusam de ter reunido todos os poderes nas mãos da Irmandade Muçulmana e de ter acabado de arruinar a combalida economia egípcia.

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