Manifestantes pró-Mursi se preparam para dispersão da polícia
Dezenas de milhares de manifestantes favoráveis ao presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi, ignoram os pedidos do governo interino para deixar as ruas e se preparam para uma possível ação das forças de segurança para dispersar dois protestos no Cairo. Eles estão reunidos há seis semanas em dois bairros da capital egípcia e dizem que só deixarão as vigílias com o retorno do líder islamita, que segue detido em local não revelado após ter sido deposto pelas Forças Armadas em julho.
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Hugo Bachega, correspondente da Rádio França Internacional no Cairo
A ação das forças de segurança é esperada com o fim do Aid al-Fitr, feriado que encerrou o mês sagrado do Ramadã neste final de semana. O governo interino já ameaçou usar a força para dispersar manifestantes que se recusassem a deixar os protestos.
No domingo, o jornal estatal egípcio informou que todas as opções estariam na mesa para dispersar os protestos após agências de notícias terem informado que a polícia agiria já na madrugada desta segunda-feira.
No fim de semana, barricadas que dão acesso a um dos protestos foram reforçadas com blocos de concreto e sacos de areia. Líderes da Irmandade Muçulmana repetiram que não deixarão as ruas. Em uma das ocupações, as estruturas lembram um campo de refugiados, com banheiros e redes de energia. É um sinal de que os manifestantes pretendem ficar por tempo indeterminado.
Cerca de 300 pessoas já morreram em confrontos desde a queda do ex-presidente do Egito e a promessa de resistência de manifestantes pró-Mursi alimenta temores de uma onda de violência ainda maior no país.
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