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Turquia/Protestos

Erdogan pede calma a manifestantes que denunciam abuso de poder na Turquia

O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, lançou hoje um apelo à calma e pediu aos turcos que não cedam às provocações do que chamou de "elementos extremistas", referindo-se aos manifestantes que ocupam desde a semana passada a praça Taksim, em Istambul. O movimento contra o estilo de governo e os abusos de poder do premiê islâmico conservador se estendeu a várias regiões do país.

Jovens manifestantes passaram mais uma noite acampados na praça Taksim, em Istambul.
Jovens manifestantes passaram mais uma noite acampados na praça Taksim, em Istambul. REUTERS/Murad Sezer
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Segundo várias ongs, os confrontos entre manifestantes turcos e a polícia já deixaram cerca de mil feridos e dois mortos. O governo turco afirma que apenas 58 civis ficaram feridos e 100 policiais foram agredidos. A presidente da Anistia Internacional na França, Geneviève Garrigos, denuncia o uso excessivo da força, com canhões de água e gás lacrimogêneo lançados diretamente contra os jovens.

Na noite deste domingo, novos episódios de violência marcaram os protestos em Istambul, Ancara e outras cidades turcas. Pelo menos 300 protestos foram registrados em várias localidades do país. Em Istambul, os manifestantes chegaram a formar barricadas com móveis, tijolos e blocos de concreto. Em Izmir, no oeste da Turquia, alguns manifestantes lançaram coquetéis molotov contra um prédio do AKP, o partido do governo. O edifício ficou parcialmente destruído.

Enquanto os protestos se intensificavam, o premiê turco tentava conter a fúria dos manifestantes. Erdogan negou que o projeto de remodelação urbanística da praça Taksim, que originou os protestos, inclua a construção de um shopping. "Não temos a intenção de destruir o parque Gezi. Nesse local vamos fazer um quartel idêntico ao
que havia sido construído pelo sultão Selim em 1780. Também vamos proteger a área verde e vamos deixar a praça livre apenas para os pedestres e os carros", declarou o premiê. 

Erdogan nega ser um ditador. Porém, alguns opositores acusam o premiê de restringir as liberdades e de querer forçar a islamização da Turquia. Com relação às reivindicações dos jovens acampados na praça Taksim, especialistas ponderam que não se trata de um movimento político-religioso. 

O primeiro-ministro prometeu encontrar uma solução à crise. A declaração foi feita no aeroporto de Istambul, na manhã desta segunda-feira, antes da partida para o Marrocos, onde o dirigente realiza uma visita oficial.

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