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Turquia/Protestos

Crise se agrava na Turquia e protestos ganham todo o país

Neste domingo, 2 de junho de 2013, milhares de pessoas continuam reunidas na praça Taksim, em Istambul. Dois dias depois do início dos protestos contra um projeto urbano que evoluiu para uma grande manifestação contra a islamização do governo, a tensão  no país aumentou e cerca de cem cidades foram palco de confrontos entre policiais e manifestantes. 

Manifestantes passaram a noite na praça Taksim, em Istambul, depois da retirada da polícia.
Manifestantes passaram a noite na praça Taksim, em Istambul, depois da retirada da polícia. AFP PHOTO/GURCAN OZTURK
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Mais de 1.700 pessoas foram presas desde o começo das passeatas em Istambul, na praça Taksim, há dois dias. Mesmo com a partida dos policiais, ordenada pelo governo, os manifestantes permaneceram no local, comemorando de forma pacífica. O ministro do Interior, Muammer Guler, prometeu que não haveria uma nova invasão das forças da ordem depois da retirada, mas todas as ruas dos arredores continuam fechadas e vigiadas.

O odor de gás lacrimogênio pode ser sentido em todo o centro, segundo testemunhas, que acusam os efeitos fortes dos gases utilizados.

Mobilização atinge todo o país

As violências acabaram ganhando 50 das 81 províncias e cerca de cem cidades registraram conflitos semelhantes aos ocorridos em Istambul. Os mais graves aconteceram em Ankara e Izmir, onde bancos e prédios oficiais foram totalmente incendiados.

Em Siva, Antalaya, Sentalya, Samsun, Mersin e Alaïa também houve incidentes. O balanço geral  desses dois últimos dias aponta 79 feridos, dos quais 53 civis e 26 policiais. Foram presos quase mil manifestantes em 90 mobilizações ocorridas em 48 cidades.

Uma grande parte da população turca está chocada com a violência excessiva utilizada pelas forças de ordem para reprimir os manifestantes; no sábado, o próprio primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan reconheceu o abuso.

Reação internacional

Estados Unidos e União Europeia já expressaram sua preocupação com o rumo dos acontecimentos na Turquia e a ONG Anistia Internacional não descarta a possibilidade de que duas pessoas tenham morrido.

A enviada especial da RFI a Istambul, a jornalista francesa Stéphanie Schüler, não hesita em usar a palavra "insurreição" para definir a situação que perdura no país, sem previsões de uma volta à normalidade.

 

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