China intervém diante de ameaças da Coreia do Norte

A China pediu calma a todas as partes envolvidas na crescente tensão da península coreana e o fim de declarações provocativas. O país também quer a solução para o conflito através de diálogo.

Complexo nuclear de Yongbyon REUTERS/Kyodo (NORTH KOREA

Janaína Silveira, correspondente da RFI em Pequim

Representantes da diplomacia chinesa tiveram um encontro com embaixadores das duas Coreias e dos Estados Unidos, manifestando "sérias preocupações". Os esforços parecem não ter surtido efeito. Hoje, o governo de Pyongyang anunciou que pode usar armas nucleares para neutralizar o que considera ações provocativas dos Estados Unidos. Também impediu o acesso de trabalhadores sul-coreanos ao complexo industrial de Kaesong pelo segundo dia consecutivo.

A tensão cresce ainda mais depois do anúncio de Pyongyang feito no início da semana, para reabrir a usina nuclear de Yongbyon. No sábado, a Coreia do Norte também declarou que está em guerra com a Coreia do Sul. Ainda que seja aliada ao regime de Kim Jong-Un, a China condenou o lançamento de um míssil de longo alcance em dezembro e o teste nuclear realizado pelos norte-coreanos em fevereiro, o que acabou provocando novas sanções da ONU.

Apesar de a China afirmar "não querer um conflito”, reportagens indicam que o Exército de Libertação Popular chinês (ELP) começou a mobilizar tropas perto da fronteira com a Coreia do Norte. Fontes oficiais americanas afirmaram haver indícios de que a movimentação ocorre desde março, e que o Exército chinês está no nível máximo de alerta. Beijing tem um tratado de defesa mútua com Pyongyang, por isso o suposto movimento seria um sinal de apoio à Coreia do Norte.