Governo australiano pede desculpas a mães obrigadas a doar filhos
O Estado australiano pediu desculpas nesta quinta-feira, 21 de março de 2013, a milhares de mães do país, em sua maioria solteiras, que foram obrigadas a entregar seus bebês para adoção entre os anos 50 e 70.
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Diante do parlamento, a primeira-ministra Julia Gillard disse que as adoções, organizadas principalmente por entidades religiosas, deixaram "uma herança de dor e sofrimento" para as mães e seus filhos.
No ano passado, um relatório do parlamento australiano revelou que mais de 225 mil crianças foram afastadas de suas mães. O documento, baseado em diversos testemunhos das vítimas, exigia desculpas oficiais e compensações financeiras.
A Austrália dos anos 50 era extremamente conservadora e religiosa. Devido à pressão social, as jovens solteiras que ficavam grávidas eram enviadas às casas de familiares ou a isntituições religiosas.
As mães solteiras eram obrigadas a dar seus bebês para adoção. Em alguns casos, as mulheres foram drogadas e tiveram suas assinaturas falsificadas. A certidão de nascimento da criança era feita já com o nome dos pais adotivos.
O governo vai desembolsar O equivalente a R$ 10 milhões para financiar o tratamento psicológico das vítimas e mais R$ 3 milhões para criar um arquivo nacionala fim de preservar a memória desse passado doloroso.
Desculpas oficiais do Estado são algo raro. Em fevereiro de 2008, o então primeiro-ministro Kevin Rudd pediu desculpas em nome da Austrália aos aborígenes, os primeiros habitantes do país, pelas injustiças que eles sofreram durante dois séculos.
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