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Egito/crise

Juízes egípcios anunciam boicote a referendo sobre Constituição

O Clube de juízes do Egito, que representa magistrados de todo o país, anunciou no domingo que se recusa a supervisionar e vai boicotar o referendo sobre a nova Constituição convocado pelo presidente Mohamed Mursi em 15 de dezembro. A Corte Constitucional egípcia anunciou que suspendia suas atividades por tempo indeterminado para denunciar pressões contra a instituição.

Os partidários do presidente Mursi se concentraram em frente ao prédio da Corte Constitucional do Egito, neste domingo 2 de dezembro de 2012.
Os partidários do presidente Mursi se concentraram em frente ao prédio da Corte Constitucional do Egito, neste domingo 2 de dezembro de 2012. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
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Centenas militantes islâmicos partidários do presidente egípcio se concentraram neste domingo em frente da sede da Corte Constitucional. Oficialmente, eles foram ao local para aguardar a decisão sobre a legalidade da comissão constituinte que redigiu um polêmico projeto de constituição. A presença dos manifestantes foi interpretada pelos juízes da Corte como uma estratégia de intimidação.

A Corte informa que oito juízes foram impedidos de entrar no prédio e que alguns foram ameaçados de morte. Um dos advogados, que entrou com o pedido de dissolução da comissão constituinte dominada por islamitas, foi agredido. O ministério do Interior do Egito garantiu que controlava a situação e não afastou os manifestantes do local.

A Corte suprema qualificou os acontecimentos deste domingo de “dia negro para a história da justiça egípcia” e adiou por tempo indeterminado a análise sobre a legalidade da comissão. A crise entre os partidários da laicidade e o movimento islâmico no Egito se aprofunda.

O confronto entre o executivo e o poder judiciário começou após a publicação de um decreto, em 22 de novembro, que deu mais poderes ao presidente e proibiu a justiça de analisar os trabalhos da comissão constituinte que foi boicotada pela oposição laica e pelas igrejas cristãs.

Na tarde de hoje, Amr Darrag, alto responsável do Partido da liberdade e da justiça, formação política da Irmandade Muçulmana, afirmou que a greve dos juízes, em sua maioria nomeados por Hosni Moubarak, não impediria a realização do referendo sobre o texto que divide o país.

A Frente de Saúde nacional, que reúne os principais movimentos de oposição no Egito, convocou uma manifestação na Praça Tahrir, no Cairo, e em outras cidades do país, na terça-feira, para protestar contra o projeto de Constituição que considera “ilegítimo”.

No sábado o presidente Mursi, no poder desde junho, anunciou um referendo sobre a nova Constituição para o dia 15 de dezembro.
 

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