Annan pede para ONU pressionar regime sírio a retirar tropas das ruas
Em sua primeira avaliação da situação na Síria desde a entrada em vigor de uma trégua nos combates às seis horas da manhã, pelo horário local, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, disse que o “cessar-fogo parece estar sendo respeitado”. Annan, no entanto, pediu ao Conselho de Segurança da ONU que exija do regime sírio um retorno das tropas do exército às casernas, como prevê o plano de paz.
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Nas primeiras horas depois do início da trégua nenhum combate havia sido registrado, mas o Observatório sírio de Defesa dos Direitos Humanos acusou as forças leais ao regime de responsabilidade na morte de um civil na província de Hama, região central do país. Segundo o Observatório, o civil morreu por tiros disparados pelas forças de segurança ou por milícias pró-regime.
Por outro lado, a televisão oficial acusou os rebeldes de terem provocado uma explosão em Alepo, no norte, duas horas após o início da trégua. Um oficial morreu e outros 24 teriam ficaram feridos no ataque atribuído a grupos de “terroristas” interessados em desestabilizar o país e sabotar o plano de paz proposto por Annan.
A agência oficial Sana afirma que na província de Idlib, também no norte, terroristas explodiram outra bomba e em Deraa, no sul, um membro do partido Baas, do presidente Bashar al-Assad foi assassinado.
A oposição, no entanto, teme que o regime volte a promover a repressão nesta sexta-feira, dia de oração dos muçulmanos e das tradicionais manifestações contra o regime. Os militantes também denunciam a presença de tropas do regime nas ruas, contrariando o previsto no plano proposto pela ONU.
Para o Conselho Nacional Sírio, o cessar-fogo está sendo observado parcialmente. O governo sírio garantiu a Kofi Annan que respeitaria o cessar-fogo mas que se reservava o direito de responder em caso de ataques.
O general Rober Mood, que passou várias semanas em Damasco para discutir o envio de uma missão de observadores da ONU à Síria, disse estar otimista mas insistiu sobre o “alto grau de desconfiança mútua” que existe entre as duas partes.
Missão
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que o governo de Damasco respeite seu engajamento no plano de Annan que prevê, além do cessar-fogo, várias outras medidas como o envio de uma missão de observadores ao país. Ban Ki-moon espera que a missão chegue à Síria o “mais rápido possível”.
O plano prevê o envio de 250 observadores da ONU para investigar a aplicação do cessar-fogo.
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