Damasco aceita prazo para plano de paz de Annan começar
O emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, informou ao Conselho de Segurança, reunido em Nova York, que Damasco aceitou o dia 10 de abril como data-limite para o começo da aplicação de seu plano de paz. Annan, que está em Genebra, apresentou nesta segunda-feira por videoconferência um balanço da situação do país, após a reunião do grupo de "Amigos da Síria" em Istambul.
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Kofi Annan declarou que não constatou nenhum progresso quanto a um cessar-fogo na Síria e pediu ao Conselho de Segurança que fixe o dia 10 de abril como prazo para a aplicação parcial de seu plano de paz; o fim da violência aconteceria 48 horas depois. Antes desta data, o regime sírio deve começar a retirada de suas tropas e das armas pesadas das ruas. O emissário também pediu ao conselho de segurança para pensar sobre o envio de uma missão de observação do cessar-fogo.
O plano de paz de Annan pede o fim da violência, o fornecimento de ajuda humanitária às zonas atingidas pelos combates e a libertação de pessoas detidas arbitrariamente.
Recusa da Rússia
A Rússia recusou hoje os apelos de países árabes e ocidentais para fixar prazos para a aplicação do plano de paz proposto por Annan. “Os ultimatos e os prazos impostos artificialmente quase nunca ajudam”, declarou o chefe da diplomacia russa Serguei Lavrov, durante uma visita à Armênia.
Na opinião de Lavrov, também não cabe a uma conferência de países avaliar a aplicação do plano de Annan, mas ao Conselho de Segurança da ONU.
O regime sírio continuava imperturbável nesta segunda-feira, intensificando suas operações contra os rebeldes, ignorando as pressões da reunião de Istambul. A imprensa oficial do país considerou a conferência na Turquia como um “novo fracasso” nas tentativas internacionais de derrubar o regime de Bashar al-Assad.
Segundo o Observatório sírio dos direitos humanos (OSDH), pelo menos 18 pessoas, entre elas 10 civis, morreram hoje em ataques na fronteira com a Turquia. A organização afirma que 10.108 pessoas já perderam a vida desde o começo das manifestações no dia 15 de março de 2011.
O chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Jakob Kellenberger, está na Síria para uma visita de dois dias. Ele deve encontrar vários ministros para discutir a extensão da ajuda humanitária, uma trégua e a possibilidade de realizar visitas aos detidos.
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