CNT avança em Sirte e controla pontos importantes da cidade

As forças do novo regime líbio fizeram avanços importantes neste domingo no sul Sirte, cidade natal do ex-ditador Muammar Kadafi. Eles assumiram o controle da Universidade de Sirte, um dos principais pontos de resistência do antigo regime, e também o centro de conferências Uagadugu, que havia se transformado em um quartel-general kadafista desde que o ex-líder líbio deixou a capital, Trípoli.

Entrada da Universidade de Sirte ficou parcialmente destruída após combates. Reuters

"Tomamos a universidade, libertamos a área dos cães de Kadafi", declarou o comandante do Conselho Nacional de Transição (CNT) Nasser Zamoud, enquanto centenas de homens armados ocuparam o campus. "Entramos pelo leste e os combatentes de Misrata pelo oeste. Foi uma luta muito difícil, já que havia muitos franco-atiradores escondidos.”

Situado no sudeste de Sirte, o campus foi durante semanas um dois principais bastiões dos fieis ao antigo regime. Desta posição, eles impediam a chegada de veículos do CNT na região leste da cidade.

Apesar da conquista, os combates continuavam, principalmente nas imediações do centro de conferências Uagadugu, localizado no noroeste da universidade. O imóvel, ultramoderno, foi construído para receber cúpulas africanas e é constituído por diversos prédios. Ao dominar o local, os insurgentes queimaram fotos de Kadafi e bandeiras verdes, símbolo do antigo regime.

Enquanto comemoravam a tomada, os membros do CNT começaram a sofrer a contra-ofensiva dos apoiadores do ex-ditador. Eles mantêm o controle do centro da cidade e bombardeiam as forças do novo regime, que recebem reforços de Misrata e de Benghazi. A ofensiva rebelde sobre Sirte iniciou-se em 15 de setembro.

Não foram anunciados balanços oficiais de vítimas nos combates desde final de semana, mas de acordo com funcionários de um hospital do oeste de Sirte, pelo menos 18 combatentes do CNT morreram e cerca de 300 ficaram feridos nos confrontos.

De acordo com a Cruz Vermelha Internacional, milhares de civis permanecem bloqueados na cidade, devido a ameaças de represálias dos apoiadores de Kadafi e por falta de combustível.