Rebeldes pedem ajuda da OTAN para proteger população líbia

O Chefe do Conselho Nacional de Transição da Líbia, Mustafa Abdel Jalil, voltou a pedir hoje ajuda da OTAN para continuar a proteger a população do país de Muammar Kadafi. Segundo ele, o ditador ainda representa uma ameaça para a Líbia.

Mustafa Abdel Jalil, presidente do Conselho Nacional de Transição (à esquerda), pediu à Otan que mantenha o respaldo à rebelião. REUTERS/Mohammed Dabbous

Mustafa Abdel Jalil fez a declaração em Doha, na abertura de uma reunião de ministros da Defesa de países que apoiam os insurgentes. No encontro, os países envolvidos nas operações da OTAN na Líbia devem discutir a situação no país após a tomada de Trípoli pelos rebeldes.

Para o chefe do CNT, que é órgão político dos insurgentes, mesmo foragido Muammar Kadafi representa uma ameaça para os líbios e para o mundo, principalmente pelos discursos incitando seus partidários a resistir. “Por isso, peço a Otan e a seus aliados para continuar a nos proteger deste tirano”, lançou Abdel Jalil. O chefe do CNT recebeu em Doha a promessa do Catar e dos Emirados Árabes Unidos, os dois únicos países árabes que participam das operações militares na Líbia, de que os rebeldes vão receber apoio para a formação de um novo governo.

Outro responsável da rebelião líbia, Jalal al-Deghili, insistiu na necessidade das operações militares da coalizão iniciadas em 19 de março continuarem. Ele acredita que ainda falta restabelecer a segurança e eliminar os pequenos grupos de resistência do regime.

Durante entrevista coletiva em Doha, o almirante americano Samuel Locklear, que comanda as operações militares da Otan na Líbia, afirmou que o regime de Kadafi está desmoronando, sem condições de lançar uma grande contra-ofensiva, com os bolsões de resistência diminuindo dia a dia. Ele confirmou que a missão da OTAN, que termina oficialmente no dia 27 de setembro, ainda não chegou ao fim.

Caça a Kadafi

A caça a Muammar Kadafi continua e os rebeldes se dirigem agora à terra natal do ditador, Sirte. Os insurgentes contam com o apoio da Otan que bombardeou no domingo cerca de 30 alvos nos arredores da cidade. As forças rebeldes estão posicionadas a 30 quilômetros a oeste de Sirte, onde o ditador poderia estar refugiado.

Líderes tribais de Sirte estariam negociando com os rebeldes a rendição da cidade, revelam várias fontes. Mas os insurgentes avisam que se um acordo não for alcançado em breve, eles vão lançar uma ofensiva contra a cidade.